Finanças

Dólar fecha perto da estabilidade antes de ata do Copom

Às 17h11, o índice que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,10%, a 105,220
Dólar fecha perto da estabilidade antes de ata do Copom
Foto: Sukree Sukplang/Reuters

São Paulo – A expectativa antes da divulgação, na terça-feira, da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) engessou o mercado de moedas e fez o dólar terminar a sessão desta segunda-feira muito próximo da estabilidade ante o real, ainda que pela manhã as cotações tenham ensaiado um ajuste de baixa um pouco maior.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1515 na venda, em leve queda de 0,12%. Em maio, a divisa acumula baixa de 0,79%. Às 17h10, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,32%, a R$ 5,158 na venda.

Após três avanços consecutivos, com o mercado reagindo à decisão da semana passada do Copom do Banco Central, o dólar iniciou a segunda-feira ensaiando um ajuste de baixa. A moeda norte-americana à vista atingiu a cotação mínima de R$ 5,1237 (-0,66%) às 10h46, com alguns investidores realizando lucros, ajudados pelo recuo do dólar ante outras divisas no exterior.

No início da tarde, porém, o dólar à vista já havia se reaproximado da estabilidade ante o real, em meio à expectativa pela divulgação da ata do Copom, na terça-feira. Na máxima do dia, às 12h48, a divisa marcou R$ 5,1659 (+0,16%).

“Temos visto um aumento da volatilidade de modo geral. As próprias opções têm mostrado isso, com aumento da vol (volatilidade implícita)”, pontuou durante a tarde Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM.

“Só que a gente tem hoje (segunda-feira) alguma cautela extra em função da ata do Copom amanhã. Embora a gente tenha visto alguma postura positiva mais cedo, ao que tudo indica o mercado quer ficar neutro para aguardar a ata”, acrescentou.

A cautela predominou porque o mercado buscará na ata um esclarecimento sobre a divisão acirrada no último encontro do Copom, quando cinco dirigentes votaram pelo corte de 25 pontos-base da taxa básica Selic, para 10,25% ao ano, e quatro defenderam redução de 50 pontos-base.

Como todos os quatro que defenderam corte menor foram nomeados já no governo Lula, a interpretação do mercado em um primeiro momento foi de que em 2025, quando este grupo se tornar maioria entre os nove integrantes do Copom, o BC poderá se tornar mais leniente com a inflação. Daí a forte pressão de alta para o dólar nas três sessões anteriores.

Profissionais ouvidos pela Reuters disseram que a ata poderá reforçar este receio — o que tende a manter o viés de alta dos juros futuros e do dólar ante o real — ou amenizá-lo.

No exterior, a expectativa gira em torno da divulgação de dados importantes de inflação nos EUA nas próximas sessões: preços ao produtor na terça-feira e preços ao consumidor na quarta-feira.

No fim da tarde desta segunda-feira, o dólar se mantinha em queda ante as divisas fortes e ante boa parte das moedas de exportadores de commodities e emergentes.

Às 17h11, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,10%, a 105,220.

Pela manhã o BC vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho.

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