Finanças

Dólar fecha estável ante real apesar de pressão externa

Índice que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas tinha estabilidade a 107,930
Dólar fecha estável ante real apesar de pressão externa
Foto: Sukree Sukplang / Reuters

O dólar fechou a quarta-feira praticamente estável ante o real, numa sessão em que a moeda norte-americana oscilou em margens estreitas e se manteve acomodada na maior parte do tempo, apesar da pressão trazida pela manhã de dados ruins de inflação nos EUA.

O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,10%, aos R$ 5,7622. Em 2025 a moeda norte-americana acumula queda de 6,75%.

Às 17h24 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido — cedia 0,18%, aos R$ 5,7765.

Pela manhã, o dólar ensaiou alguns ganhos ante o real, em sintonia com o fortalecimento da moeda norte-americana no exterior após o Departamento do Trabalho nos EUA informar que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em janeiro, após alta de 0,4% em dezembro. Nos 12 meses até janeiro, o índice avançou 3,0%, de 2,9% em dezembro. Economistas consultados pela Reuters previam altas de 0,3% e 2,9%, respectivamente.

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A inflação mais alta que o esperado nos EUA elevou a percepção de que o espaço para o Federal Reserve promover mais cortes de juros é limitado, o que deu sustentação aos rendimentos dos Treasuries e ao dólar ante as demais divisas. No Brasil, às 10h33 — pouco depois da divulgação do CPI — o dólar à vista atingiu a cotação máxima do pregão, de R$ 5,7883 (+0,35%).

Como nas sessões mais recentes, porém, o dólar não se sustentou em alta no Brasil. No mercado, a percepção é de que faltam notícias realmente de impacto para a moeda retomar níveis mais elevados ou, ao contrário, voltar para abaixo dos R$ 5,70. Na mínima da sessão desta quarta-feira, às 15h22, o dólar à vista marcou R$ 5,7438 (-0,42%), mas depois se reaproximou da estabilidade.

“Diante dos efeitos que juros mais altos nos Estados Unidos exercem sobre moedas não conversíveis, como o real, o recente desempenho da divisa brasileira indica a continuidade do ajuste, após a forte desvalorização observada em dezembro”, comentou André Galhardo, consultor econômico da plataforma Remessa Online.

Pela manhã, com impactos menores no câmbio, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que é esperado que a instituição seja mais agressiva ao promover elevações da taxa básica Selic e mais cautelosa em momentos de corte dos juros básicos.

“Reação preventiva precisa sempre existir, mas é esperado também que o BC tenha uma função de reação assimétrica para altas e para baixas (da Selic). Se o BC deve ser mais agressivo num momento de alta, ele deve ser mais parcimonioso e cauteloso no momento de fazer qualquer movimento para baixo”, disse em evento no Rio de Janeiro. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.

Pela manhã o Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.

À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 350 milhões em fevereiro até o dia 7, com entradas líquidas de US$ 191 milhões pela via financeira e saídas de US$ 541 milhões pela via comercial.

Às 17h19, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — tinha estabilidade a 107,930.

(Conteúdo distribuído pela Reuters)

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