Dólar fecha quase estável no Brasil apesar de impulso externo

São Paulo – Após oscilar em margens estreitas durante o dia, o dólar fechou a quinta-feira (17) perto da estabilidade no Brasil, ainda que no exterior a moeda tenha registrado ganhos firmes ante boa parte das demais divisas, sob influência de dados robustos da economia dos EUA e da decepção com os estímulos econômicos da China.
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,06%, cotado a R$ 5,6602. Em outubro a divisa acumula elevação de 3,87%.
Às 17h13, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a R$ 5,6685 na venda.
A divisa norte-americana abriu o dia em alta ante o real, em meio à decepção com novas medidas anunciadas pela China para impulsionar o setor imobiliário. O país asiático disse que ampliará uma lista de projetos habitacionais elegíveis para financiamento e aumentará os empréstimos bancários para esses empreendimentos até o fim do ano. Analistas viram o anúncio apenas como um complemento de planos apresentados anteriormente.
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“O pacote de estímulos da China veio abaixo do esperado, gerando preocupações quanto ao impacto nas economias emergentes, como o Brasil, e levando os investidores a buscar ativos considerados mais seguros, como o dólar, pressionando a cotação”, disse Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, em comentário enviado a clientes.
Em reação ao anúncio chinês, o dólar à vista atingiu a máxima de R$ 5,6900 (+0,46%) às 9h05, pouco depois da abertura. Ainda pela manhã, porém, a divisa desacelerou e se reaproximou da estabilidade.
No exterior, o viés predominante era de alta, com as cotações reagindo à divulgação de números positivos nos EUA. As vendas no varejo no país subiram 0,4% em setembro, acima do 0,3% das projeções de economistas, enquanto os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 19.000 na semana passada, bem abaixo da previsão de 260.000 pedidos.
Operador ouvido pela Reuters chamou a atenção para o volume fraco e para o movimento contido da moeda norte-americana no Brasil, ainda que no exterior a divisa tivesse ganhos firmes. Segundo ele, o nível de R$ 5,70 seguia como uma resistência técnica importante para o dólar.
Ao mesmo tempo, o cenário externo adverso e as preocupações dos investidores com o equilíbrio fiscal do governo Lula impediam que a divisa norte-americana buscasse níveis mais baixos. Na prática, as cotações seguiram “travadas”. Na mínima do dia, às 16h43, o dólar à vista foi cotado a R$ 5,6576 (-0,11%).
No exterior, o dólar seguia com ganhos firmes ante boa parte das demais moedas no fim da tarde. Às 17h12, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,24%, a 103,790.
No fim da manhã, o BC vendeu todos os 14.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024. (Reportagem distribuída pela Reuters)
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