Finanças

Dólar fecha quase estável em dia de movimentos técnicos e fala de Haddad

o índice que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,25%, a 108,580
Dólar fecha quase estável em dia de movimentos técnicos e fala de Haddad
Foto: Fayaz Aziz / Reuters

São Paulo – Após oscilar abaixo dos R$ 6,10 em vários momentos da sessão, com investidores reduzindo excessos nos preços e reagindo a falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o dólar praticamente zerou as perdas na reta final desta terça-feira e fechou perto da estabilidade.

O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,14%, aos R$ 6,1056. Às 17h10 na B3 o dólar para fevereiro — atualmente o mais líquido — cedia 0,11%, aos R$ 6,1345.

Pela manhã a moeda norte-americana ainda repercutiu notícia, publicada na véspera pelo Washington Post, de que o governo de Donald Trump pode adotar tarifas de importação não tão elevadas nos Estados Unidos. Se confirmado, isso pode se traduzir em inflação não tão pressionada nos EUA, juros não tão altos e um dólar mais fraco ante divisas de exportadores de commodities.

Além do fator externo, no Brasil os mercados de câmbio e de juros futuros seguiram passando por um processo de redução de prêmios nesta terça-feira, após a pressão vista no fim de 2024.

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“O fechamento de 2024 acabou pressionando mais a moeda, porque tem muita empresa fechando balanço, fechando hedge (proteção) para 2025”, comentou Harrison Gonçalves, sócio da CMS Invest, ao avaliar o avanço firme do dólar nas últimas semanas do ano passado. “Mas 2025 é um novo ano, e somado a isso temos uma mudança de posicionamento do governo sobre o fiscal.”

Na avaliação de Gonçalves, desde o fim de 2024 o governo Lula tem procurado reforçar o compromisso com a redução de gastos.

Durante a tarde desta terça-feira, em entrevista à GloboNews, Haddad disse que o governo encerrou 2024 com um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), acrescentando que novas iniciativas para sanear as contas públicas seguem sendo estudadas.

Haddad afirmou ainda que houve uma reação exagerada do mercado com a alta recente do dólar, acrescentando que espera uma acomodação do câmbio.

“Hoje o dólar está valorizado no mundo inteiro, e nós vamos sentir os efeitos disso aqui no Brasil, embora eu considere que tenha havido um exagero (do mercado) em relação à perspectiva da economia brasileira, para pior”, disse o ministro.

Para Gonçalves, da CMS Invest, não houve qualquer mudança conjuntural neste início de 2025, “mas a perspectiva começa a ficar um pouco mais positiva”. “Não à toa a curva de juros tem caído e a bolsa tem apresentado crescimento”, pontuou, ao justificar o recuo do dólar ante o real até o meio da tarde.

Na reta final, porém, o dólar recuperou força no Brasil e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) migraram para o positivo, com alguns agentes realizando lucros após a queda recente das cotações.

Assim, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 6,1197 (+0,09%) às 9h01, logo após a abertura, e atingiu a mínima de R$ 6,0538 (-0,99%) às 13h06. No fim da tarde, às 16h25, ficou novamente muito próximo do pico, aos R$ 6,1190 (+0,08%).

No exterior, às 17h10, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,25%, a 108,580.

No fim da manhã o Banco Central vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025.

(Conteúdo distribuído pela Reuters)

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