Finanças

Dólar dispara e atinge R$ 5,51 após fala de Lula sobre corte de gastos

No fim da tarde, a moeda norte-americana avançava ante uma cesta de divisas fortes
Dólar dispara e atinge R$ 5,51 após fala de Lula sobre corte de gastos
Foto: Fayaz Aziz/Reuters

São Paulo – O dólar registrou alta de 1,16% e fechou cotado a R$ 5,518 nesta quarta-feira (26), em seu maior valor nominal desde 18 de janeiro de 2022, numa sessão de avanço generalizado da moeda americana ante outras divisas no exterior. O movimento foi acelerado por falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a situação fiscal do Brasil.

Nesta manhã, Lula colocou em dúvida a necessidade de efetuar um corte de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo. O mandatário afirmou que será preciso analisar se a questão pode ser resolvida com aumento da arrecadação.

“O problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”, afirmou o presidente em entrevista ao UOL.

Lula ainda acrescentou que seu governo está fazendo uma análise sobre se está havendo “gasto exagerado”, mas que isso está sendo feito “sem levar em conta nervosismos do mercado”.

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O desempenho do real também acompanha o movimento no exterior. No fim da tarde, a moeda norte-americana avançava ante uma cesta de divisas fortes, em especial em relação ao iene, que atingiu seu nível mais baixo desde 1986. As moedas de países emergentes também registravam baixa em relação ao dólar.

Como pano de fundo, os rendimentos dos títulos de dez anos do Tesouro americano registravam forte alta, ainda sob efeito de comentários mais duros de uma diretora do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre o futuro da política de juros dos Estados Unidos. Há, ainda, cautela do mercado antes da divulgação de um novo dado de inflação do país, marcada para sexta (28).

Altas nos rendimentos dos títulos americanos beneficiam o dólar, pois aumentam a atratividade da renda fixa americana, direcionando recursos para o mercado dos EUA e penalizando países emergentes e ativos de renda variável.

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