Finanças

Dólar fecha em alta após sequência de quedas, mas segue abaixo dos R$5,30

O dólar à vista fechou em alta de 0,35%
Dólar fecha em alta após sequência de quedas, mas segue abaixo dos R$5,30
Foto: REUTERS/Rick Wilking

Após cinco quedas consecutivas, o dólar fechou a quarta-feira (12) em leve alta no Brasil, na contramão do recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de países emergentes no exterior, em uma sessão sem gatilhos fortes para o mercado de câmbio.

O dólar à vista fechou em alta de 0,35%, aos R$ 5,2932 na venda — após ter atingido na véspera a menor cotação desde 6 de junho de 2024. No ano, a divisa acumula queda de 14,34%.

Às 17h07, o contrato de dólar futuro para dezembro — atualmente o mais negociado no Brasil — subia 0,29% na B3, aos R$ 5,3110. O dólar oscilou em margens estreitas durante toda a sessão, ora reagindo à expectativa de reabertura do governo nos Estados Unidos, ora tentando acompanhar o movimento no exterior ante divisas de emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.

No Brasil, comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foram monitorados. Galípolo adotou um tom cauteloso ao tratar da política monetária, afirmando que a instituição não deu qualquer sinal sobre o que fará no futuro, seguindo dependente de dados para tomar suas decisões.

“Todo mundo pode fazer a aposta que quiser, mas a gente vai continuar dizendo e fazendo as nossas reações de maneira bem clara, de que não há qualquer tipo de tergiversação sobre o que é o nosso mandato, que é perseguir a meta”, disse, durante entrevista coletiva pela manhã.

“Se por acaso você entendeu que alguma questão da nossa comunicação foi um sinal sobre que o Banco Central pode vir a fazer no futuro, você entendeu errado”, reforçou.

À tarde, em evento da Bradesco Asset Management, Galípolo disse que a progressão dos dados de inflação em direção à meta de 3% tem sido lenta e gradual, algo “bastante incômodo” para a autoridade monetária.

Apesar do tom cauteloso, os comentários de Galípolo não foram suficientes para justificar movimentos mais intensos no câmbio, assim como no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros).

Galípolo também reiterou a mensagem de que o Banco Central somente atua no mercado de câmbio em momentos de “disfuncionalidade”. Questionado sobre a diversificação das reservas brasileiras, ele afirmou que atualmente é muito difícil “contornar ativos americanos” e questionou o interesse de alguns países na internacionalização de suas moedas.

Segundo ele, quando uma moeda é transformada em ativo global, o país perde o controle de sua taxa de câmbio — algo que pode não ser, conforme Galípolo, de interesse da China.

“É quase impossível enxergar uma alternativa ao dólar hoje”, disse Galípolo, acrescentando que a função do BC é adotar uma “lógica defensiva” na administração das reservas.

No exterior, às 17h10, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,05%, a 99,498.

Conteúdo distribuído por Reuters

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