Dólar registra a maior queda semanal desde novembro de 2020

São Paulo – O dólar fechou em leve alta na sexta-feira (29), mas ainda registrou a maior queda semanal desde novembro de 2020, ao fim de uma semana marcada pela melhora do sentimento de investidores por algum alívio nos temores de agressivo aperto monetário nos Estados Unidos e por intenções de estímulos na China.
O dólar à vista subiu 0,21%, a R$ 5,1727 na venda, depois de variar entre R$ 5,1455 (-0,32%) e R$ 5,2140 (+1,01%).
Na semana, a moeda recuou 5,91% – maior queda desde a semana finda em 6 de novembro de 2020 (-6,07%). O dólar encerrou julho com baixa acumulada de 1,12%, depois de na parcial até sexta passada contabilizar alta de 5,09%. Em 2022, perde 7,19%.
Entre os pares emergentes mais próximos o real foi o maior destaque positivo da semana, conforme investidores desmontaram posições de venda da divisa brasileira à medida que os receios de superaumentos dos juros nos EUA diminuíram após a sinalização do Fed na última quarta-feira.
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O real havia sido justamente uma das moedas mais golpeadas quando operadores de mercado turbinaram apostas em altas de 1 ponto percentual nos custos dos empréstimos nos EUA.
Taxas de juros mais altas nos EUA aumentam a atratividade da renda fixa norte-americana, estimulando conversão de moedas estrangeiras para o dólar, o que o valoriza.
Apesar da melhora de sinal nesta última semana do mês, a taxa de câmbio ainda carrega prêmio de risco adicionado em junho, quando o dólar disparou 10% tanto pela escalada de preocupações externas quanto pela deterioração da percepção fiscal no Brasil. No fim de maio, o dólar estava na casa de R$ 4,75.
O mês de julho não tem padrão de desempenho do dólar – nas últimas duas décadas a moeda alternou altas e quedas para o mês -, e a cautela sobre as eleições brasileiras deve aumentar, enquanto nos EUA o Fed avaliará os rumos de sua política monetária. “Esperamos que o dólar (no mundo) permaneça forte pelo restante deste ano”, disse o Bank of America em relatório. .
O BofA calcula que o dólar fechará setembro em R$ 5,30 – mês que antecede as eleições no Brasil -, terminando o ano em R$ 5,25.
Bolsa
O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira (29), assegurando o melhor desempenho semanal desde março de 2021, embalado principalmente pela disparada das ações da Petrobras, que atingiram máximas históricas após forte resultado trimestral.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,55%, a 103.164,69 pontos, acumulando uma elevação de 4,29% na semana. No mês, valorizou-se 4,69%.
O volume financeiro no pregão de sexta-feira somou R$ 31,6 bilhões, acima da média diária de julho, de R$ 21,2 bilhões, com o pregão também marcado por tradicionais ajustes de final de mês.
No melhor momento do dia, o Ibovespa encostou nos 104 mil pontos, endossado em parte pela desaceleração da baixa de Vale, mas perdeu o fôlego conforme a mineradora voltou a ampliar a perda, ainda enfraquecida pelo resultado do segundo trimestre.
Wall Street corroborou o avanço na bolsa paulista, com o S&P 500 subindo 1,42%, após projeções otimistas de Apple e Amazon, assim como esperanças de um aperto monetário menos agressivo nos Estados Unidos.
Na visão de Pedro Menezes, membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos, a bolsa paulista encontrou suporte nesta semana na sinalização mais “dovish” do Fed, com Petrobras consolidando o movimento.
Na última quarta-feira, o chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, disse que provavelmente será apropriado desacelerar o ritmo das altas à medida que os juros se tornarem mais restritivos. Além disso, acrescentou Menezes, as empresas nos Estados Unidos têm mostrado bons resultados, fortalecendo Wall Street e beneficiando o pregão brasileiro.
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