Finanças

Dólar volta a cair com mercado retirando prêmios de risco e fecha a R$ 5,92

o índice que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,24%, a 108,010
Dólar volta a cair com mercado retirando prêmios de risco e fecha a R$ 5,92
Foto: Lee Jae-Won/ Reuters

São Paulo – O mercado de câmbio brasileiro deu continuidade nesta quinta-feira ao movimento recente de retirada de prêmios de risco das cotações, o que fez o dólar fechar em queda e se reaproximar dos R$ 5,90, ajudado ainda pela perda de força da moeda norte-americana no exterior.

O dólar à vista fechou em queda de 0,35%, aos R$ 5,9255 a menor cotação desde 27 de novembro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,9141. Em janeiro, o dólar acumula baixa de 4,10%.

Às 17h09, o dólar para fevereiro na B3 — atualmente o mais líquido — caía 0,29%, aos R$ 5,9350.

Após ter encerrado a quarta-feira abaixo dos R$ 6,00 pela primeira vez em 2025, o dólar ensaiou uma recuperação no início desta quinta-feira, em meio à incerteza nos mercados globais sobre as tarifas de importação a serem adotadas pelos EUA no novo governo de Donald Trump.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Na máxima da sessão, às 9h54, o dólar à vista foi cotado a R$ 5,9716 (+0,43%).

Mas ao longo da manhã o dólar foi perdendo força ante o real, com parte dos investidores dando continuidade à retirada de prêmios de risco vista na véspera.

“O que tem acontecido mais recentemente é um pouco de alívio dos prêmios que vêm desde a eleição (de Trump), principalmente por conta da questão de tarifas”, comentou durante a tarde o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima.

“Trump sugere que vai fazer mudanças, mas ainda não explicitou. A gente sabe que vai ter (mais tarifas), a questão é saber o quanto e quando”, acrescentou.

No início da tarde, comentários de Trump em evento do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, contribuíram para suavizar as taxas de juros no mercado norte-americano de títulos e fizeram o dólar perder força ante outras divisas, incluindo o real.

Trump afirmou que as empresas globais devem fabricar produtos nos EUA, caso queiram evitar tarifas, mas não anunciou medidas concretas ou fez novas ameaças específicas. Na prática, o discurso manteve a avaliação de que, por enquanto, nada muda em matéria de tarifas.

Operador ouvido pela Reuters pontuou que, sem medidas tarifárias concretas, o mercado, que estava pronto para comprar moeda com o discurso de Trump, demonstrou certo alívio com o discurso considerado “ameno”.

Em reação, a moeda norte-americana perdeu força ante várias divisas no exterior e o dólar chegou a oscilar abaixo dos R$ 5,90 no Brasil. Às 14h50, já após a fala de Trump, o dólar à vista atingiu a mínima de R$ 5,8736 (-1,22%).

No mercado, uma avaliação recorrente é a de que o dólar terá dificuldades para atingir cotações ainda mais baixas ante o real, de forma sustentável, em função da questão tarifária nos EUA e da desconfiança em relação à política fiscal do governo Lula. Sobre o Brasil, profissionais têm lembrado que o recesso parlamentar termina em fevereiro e que o equilíbrio fiscal segue como o principal desafio.

No exterior, às 17h15, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,24%, a 108,010.

Pela manhã o Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.

(Conteúdo distribuído pela Reuters)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas