Economistas melhoram de novo projeção e estimam recuo menor do PIB em 2020

São Paulo – O mercado voltou a ajustar a expectativa de contração da economia brasileira neste ano, esperando agora queda de menos de 6% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central (BC) nessa segunda-feira (20).
Os economistas passaram a ver retração do Produto Interno Bruto de 5,95% este ano, contra recuo de 6,10% estimado na semana passada. Essa foi a terceira vez seguida em que a pesquisa mostrou melhora da estimativa.
O resultado reflete uma contração também menor esperada para a indústria este ano, de 7,86% contra queda de 9% prevista para a produção antes.
Para 2021, os especialistas consultados continuam vendo um crescimento do PIB de 3,50%, com a indústria apresentando avanço de 4%.
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Inflação – O levantamento semanal mostrou ainda que a inflação permanece estimada em 1,72% este ano e 3,0% no próximo. O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para a taxa básica de juros também não houve mudanças e a Selic segue sendo calculada a 2,0% ao fim de 2020 e a 3,0% em 2021.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, elevou ligeiramente a conta para a Selic este ano a 2,0%, de 1,88% na mediana das projeções antes. Para 2021, permanece em 2,38%. (Reuters)
Neto reforça que eventual ajuste na Selic será residual
Brasília – O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reiterou ontem que um eventual ajuste futuro na Selic será residual e que novas informações sobre a evolução da pandemia de coronavírus e uma diminuição das incertezas fiscais serão essenciais para seus próximos passos.
A mensagem, que vem sendo repetida pelo BC desde que cortou em junho a taxa básica de juros em 0,75 ponto, ao patamar atual de 2,25% ao ano, consta em apresentação de Campos Neto publicada pelo BC por conta de sua participação em reunião fechada com investidores promovida pelo Santander.
No documento, o BC voltou a exibir gráfico de vendas no varejo da Cielo, desta vez atualizado até 11 de julho, para reforçar mensagem de que dados preliminares de varejo indicam recuperação parcial do setor.
A linha de venda de bens não duráveis, que em um gráfico até 4 de julho passou a caminhar no campo positivo – ou seja, mostrando crescimento do faturamento nominal -, seguiu nessa trajetória nos dias subsequentes.
Campos Neto também repetiu que as saídas de capital do País vão se acomodar e que as contas externas vão melhorar. (Reuters)
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