Finanças

Nova alta da Selic terá impactos negativos, avaliam entidades mineiras

A Fiemg e a ACMinas foram algumas das instituições que se manifestaram sobre o movimento do mercado
Nova alta da Selic terá impactos negativos, avaliam entidades mineiras
Foto: Reprodução Adobe Stock

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nesta quarta-feira (11) a elevação da taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano, intensificando a postura contracionista da política monetária em vigor. A medida foi justificada pela deterioração das expectativas de inflação, decorrente da perda de credibilidade da política fiscal.

A elevação da taxa básica de juros acende um alerta sobre seus impactos econômicos. O aumento da Selic tende a restringir investimentos, prejudicar a competitividade da indústria e aprofundar os efeitos negativos sobre o crescimento econômico, o emprego e a renda.

Por meio de nota, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) manifesta sua profunda preocupação com a decisão do Copom, ressaltando que juros excessivamente altos podem gerar mais danos à economia do que oferecer soluções eficazes. A entidade defende cortes urgentes na Selic como medida essencial para estimular o setor produtivo e evitar um ciclo de estagnação econômica. “Uma política monetária mais equilibrada é crucial para o fortalecimento da economia brasileira, o que exige uma atuação firme e estratégica do Banco Central”, diz a Fiemg.

Na última reunião sob o comando de Roberto Campos Neto, o Comitê de Política Monetária (Copom) eleva novamente a taxa Selic. A decisão do Comitê era esperada pelo mercado. Atende à expectativa de que o Banco Central segue bastante focado no combate à inflação futura., avalia o economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Paulo Casaca.

“Todavia, vale ressaltar que elevações abruptas na taxa Selic, para cumprir as expectativas do mercado, também prejudicam o setor produtivo. O crescimento do PIB e a queda do desemprego ao longo deste ano surpreenderam os analistas. Eles esperavam uma economia menos dinâmica em 2024. Há, sem dúvida, uma justificada preocupação com o gerenciamento das contas públicas no Brasil. Acredito, porém, que há também muito pouca discussão sobre como preservar o bom momento da atividade econômica sem que os juros voltem a empurrá-la para o baixo crescimento, avalia o especialista.

Impacto negativo

Em outras palavras, segundo Casaca, a inflação devidamente controlada e dentro da meta, perseguida pelo Copom, é fundamental. “Mas a manutenção do bom dinamismo da economia, com crescimento da produção e desemprego baixo, também é importante. Entretanto, muitos sugerem a elevação indiscriminada da taxa Selic ,sem se preocupar com seu impacto negativo no sistema produtivo. E essa análise não dá a devida atenção ao desenvolvimento do País”, adverte o economista.

Frente ao novo aumento da taxa Selic, o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), Frank Sinatra, avalia como negativa a decisão do Copom. “A Selic em alta freia o ritmo dos negócios, reduz a propensão ao consumo e nos deixa cautelosos. E é assim que temos vivido nos últimos meses, com esses sucessivos aumentos da taxa de juros”, ressalta.

“O varejo clama por uma melhora no cenário macroeconômico. A despeito dos bons indicadores de emprego, as demais variáveis estão penalizando a todos. Temos que encontrar o equilíbrio imediatamente. Espero que o apelo emocional do Natal seja forte o suficiente para nos surpreender neste final de ano”, afirma.

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