Finanças

Entidades mineiras repudiam nova alta da Selic

O novo aumento consecutivo da taxa Selic reforça o sentimento de preocupação dos setores
Entidades mineiras repudiam nova alta da Selic
Crédito: Reprodução Adobe Stock

A elevação na taxa básica de juros (Selic) para 11,25% ao ano coloca a economia em estado de alerta, afirma a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), por meio de nota.

“A elevação da Selic reduz a capacidade produtiva, desestimula investimentos e gera impactos sistêmicos profundos. Para a indústria, os juros altos impõem desafios significativos, restringindo a capacidade de investimento e reduzindo a competitividade, com reflexos negativos sobre o crescimento econômico, a geração de empregos e a renda da população”, adverte a entidade.

O novo aumento consecutivo da taxa Selic reforça o sentimento de preocupação do setor de comércio e serviços da capital mineira. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), a aceleração do ritmo de aperto pode ser prejudicial às atividades econômicas no início do próximo ano.

“Entendemos que essa nova alta é reflexo não apenas de questões internas, mas também do cenário internacional, especialmente o câmbio do dólar e o cenário político dos Estados Unidos. Contudo, o controle interno da inflação precisa ser urgentemente repensado. Caso contrário, o setor de comércio e serviços pode ser impactado logo no início do ano, onde, geralmente, as vendas já são mais retraídas”, avalia o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Alta da taxa Selic é aumento na ‘dose do remédio’

Em nota enviada pela Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), o economista da entidade, Paulo Casaca, pondera que a visão predominante no mercado é de que a inflação futura está muito pressionada e o Copom precisava “aumentar a dose do remédio”

“Os Estados Unidos escolheram Donald Trump como presidente para os próximos quatro anos. Essa notícia gerou turbulências no mercado financeiro ao longo do dia, com queda da bolsa e desvalorização cambial. As promessas de elevação das tarifas de importação têm afetado o mercado financeiro em nível global”, comenta o especialista.

Casaca destaca que alguns analistas acreditam que a Selic deve chegar próximo de 13% até o fim desse ciclo de alta. “O que é muito ruim para o setor produtivo. Precisamos, pelo menos, de mais protagonismo da sociedade na busca por formas de reduzir o spread bancário, já que a Selic não vai parar de subir tão cedo”, assinala.

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), Frank Sinatra, avalia como negativa a decisão do Copom. “Uma taxa Selic em dois dígitos é muito prejudicial para a economia e traz desafios para o setor de comércio e serviços.

Os juros altos restringem o crédito e o poder de compra dos consumidores, que tendem a reduzir seus gastos. Isso, por sua vez, penaliza o varejo e o ritmo dos negócios. É necessário, sim, encontrar meios de conter a inflação, mas mexer apenas na taxa de juros não vai resolver. O cenário exige outras ações, como o equilíbrio fiscal e a redução de gastos”, afirma o dirigente.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas