Finanças

Fed abre porta para redução dos juros nos EUA em setembro

Corte na taxa básica vai depender da manutenção do alinhamento da inflação com a meta de 2% fixada pelo banco central dos Estados Unidos
Fed abre porta para redução dos juros nos EUA em setembro
Foto: Chris Wattie / File Photo / Reuters

Washington – O Federal Reserve (Fed) manteve nesta quarta-feira (31) a taxa básica de juros inalterada, mas abriu a porta para reduzir os custos dos empréstimos já na próxima reunião, em setembro, conforme a inflação continua a se alinhar com a meta de 2% do banco central dos Estados Unidos.

“Houve mais algum progresso em direção à meta de 2% (de inflação) do comitê”, disse o Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central em um comunicado ao fim de uma reunião de política monetária de dois dias, na qual manteve sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, mas também preparou o terreno para um corte nos juros em sua reunião de 17 e 18 de setembro, apenas sete semanas antes das eleições de 5 de novembro nos EUA.

Embora as autoridades do Fed estejam cautelosas em relação a quaisquer ações que possam prejudicar sua abordagem voltada para dados e não para questões políticas na fixação da taxa básica, a queda firme da inflação nos últimos meses levou a um amplo consenso de que a batalha contra a alta dos preços está perto do fim.

Segundo o Fed, a inflação agora está apenas “um pouco elevada”, um importante rebaixamento em relação à avaliação que o banco central utilizou durante grande parte de sua batalha contra o aumento dos preços de que a inflação estava “elevada”.

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O banco central usa o índice PCE para sua meta de inflação anual de 2%. O índice PCE subiu 2,5% em junho, depois de ultrapassar 7% em 2022.

Além disso, o Fed removeu a linguagem permanente de que estava “altamente atento aos riscos de inflação” e a substituiu por um reconhecimento de que os formuladores de política monetária estão agora “atentos aos riscos a ambos os lados de seu mandato duplo”, que inclui uma cobrança do Congresso norte-americano para manter o pleno emprego consistente com preços estáveis.

Defasagem

Autoridades do Fed já afirmaram que será apropriado reduzir os custos dos empréstimos antes que a inflação realmente retorne à sua meta, para levar em conta a defasagem com que a política monetária afeta a economia.

Até o momento, a economia “continuou a se expandir em um ritmo sólido”, disse o Fed em sua mais recente declaração de política monetária e, embora os “ganhos de emprego tenham moderado”, a taxa de desemprego “permanece baixa”.

No entanto, a taxa de desemprego tem aumentado e, ultimamente, os formuladores de política monetária têm se concentrado mais em evitar o tipo de aumento acentuado do desemprego geralmente associado a juros elevados e à desaceleração da inflação.

O Fed não se comprometeu em sua declaração com um corte nos custos de empréstimos em setembro e repetiu que os formuladores de política monetária ainda precisam de “maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%” antes de reduzir os custos dos empréstimos. A nova declaração de política monetária foi aprovada por unanimidade.

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