Fila de crédito pré-aprovado da Caixa atinge R$ 20 bilhões

São Paulo – Devido à falta de recursos para o crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal acumula R$ 20 bilhões em financiamentos pré-aprovados na fila de espera, ante um saldo de R$ 3 bilhões para serem disponibilizados ainda neste ano.
Para acomodar os clientes em espera, a contratação do financiamento foi prorrogada até o vencimento da avaliação. Além disso, a Caixa vai adotar regras para a concessão de crédito, que irão reduzir o valor das cotas financiadas e encarecer os empréstimos para compras de imóveis de até R$ 1,5 milhão.
Responsável por quase 70% dos financiamentos imobiliários do País e trabalhando no limite da sua capacidade, a Caixa decidiu reduzir o valor máximo de crédito para a compra de imóveis pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que engloba propriedades de até R$ 1,5 milhão.
A partir de 1º de novembro, a cota máxima de financiamento admitida será de até 70% do valor do imóvel, e não mais os atuais 80%, no Sistema de Amortização Constante (SAC), no qual as parcelas são maiores no início e menores no fim, por causa da diminuição progressiva dos juros.
Pela tabela Price, em que as prestações são sempre iguais e compostas por mais juros, o teto diminuirá de 70% para 50% do total do imóvel.
Considerando um apartamento de R$ 1 milhão, a entrada necessária pelo SAC vai aumentar de R$ 200 mil para R$ 300 mil. Já na tabela Price, o comprador terá que pagar R$ 500 mil à vista.
A medida vai impactar financiamentos para imóveis residenciais (novos e usados) e comerciais, além de empréstimos para construção e compra de lotes urbanizados.
Outra nova regra é que os clientes poderão ter apenas um financiamento imobiliário ativo com o banco.
O principal fator de redução nos crédito imobiliário é a redução dos valores em poupança, com a baixa rentabilidade da modalidade. Dessa forma, o banco também amplia sua captação via outros instrumentos financeiros, como as letras de crédito imobiliário (LCIs).
Segundo os dirigentes da Caixa, a redução do depósito compulsório exigido pelo Banco Central em 5% também poderia ajudar no funding do banco, sem impulsionar a inflação.
Reportagem distribuída pela Folhapress
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