Finanças

Focus: projeção para a inflação atinge 5,5%

Focus: projeção para a inflação atinge 5,5%
Mercado financeiro estima que a taxa básica de juros vai fechar 2022 em 12,25% ao ano | Crédito: Beto Nociti/Banco Central

Brasília – O mercado financeiro aumentou mais uma vez a previsão de inflação para este ano. Segundo projeção do Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2022 em 5,50%. É a quinta vez que o mercado projeta alta da inflação neste ano. Há uma semana, a projeção do mercado era que a inflação terminasse o ano em 5,44%. Há quatro semanas, a previsão era de 5,09%.

Para 2023, o mercado manteve a expectativa da semana passada em relação à evolução do IPCA. A projeção aponta para uma inflação de 3,50% para o próximo ano. Há quatro semanas, a projeção era de inflação de 3,40%. Para 2024, o mercado também elevou a projeção de inflação para 3,04% ante os 3% projetados na semana passada.

PIB – O boletim, divulgado semanalmente, reúne a projeção do mercado para os principais indicadores econômicos do País. Na projeção desta semana, o Focus manteve previsão do Produto Interno Bruto (PIB) registrada há sete dias. A projeção é de 0,30% em 2022. Há quatro semanas, o mercado previa um crescimento da economia brasileira de 0,29%.

O Focus registra ainda, pela quarta semana, uma diminuição na expectativa de crescimento do PIB para 2023, passando de 1,53% na semana passada para 1,50%. Para 2024, a projeção se manteve estável, ficando em 2%.

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Taxa de juros e câmbio – O mercado também elevou a previsão do mercado para a taxa básica de juros, a Selic, para 2022. Na projeção divulgada  ontem, o mercado projetou a Selic em 12,25% ao ano, ante os 11,75% ao ano projetados na semana passada.

No início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa de juros de 9,25% para 10,75% ao ano. Em comunicado, indicou que continuará a elevar os juros básicos até que a inflação esteja controlada no médio prazo.

Para o fim de 2023, a estimativa do mercado é que a taxa básica caia para 8% ao ano. E para 2024, a previsão é de Selic em 7,25% ao ano, ante os 7% da projeção da semana anterior.

A expectativa do mercado para a cotação do dólar em 2022 caiu, ficando em R$ 5,58 ante os R$ 5,60 projetado na semana passada. Para o próximo ano, a previsão do mercado também diminuiu, passando de R$ 5,50 para R$ 5,45.

Para 2024, após um período de estabilidade, a estimativa para a cotação da moeda americana diminuiu ligeiramente pela segunda semana seguida, passando dos R$ 5,39 projetados na semana passada, para R$ 5,32.

Rabobank – O Rabobank elevou suas projeções para a inflação ao consumidor brasileiro nesta segunda-feira e, enxergando expectativas ainda desancoradas, espera que o Banco Central seja mais agressivo do que o estimado anteriormente em seu atual ciclo de aperto monetário.

O banco privado espera agora que o IPCA encerre este ano com alta de 5,1%, ante previsão anterior de 4,9%, afirmando em relatório semanal que essa conta incorpora “um caminho de preços mais altos para energia e commodities agrícolas”.

Dsta forma, “na esteira de uma inflação presente mais forte e expectativas indomáveis”, o BC deve elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual em março e em 0,50 ponto em maio, levando o juro básico a 12,25% ao ano.

A autarquia deverá manter os juros inalterados até o terceiro trimestre, antes de cortar a Selic a 11,25% até o fim do ano. Anteriormente, o Rabobank esperava que a taxa básica encerraria 2022 em 10,75%, patamar em que se encontra atualmente.

O credor privado afirmou que a percepção de que o Banco Central do Brasil está à frente da curva em relação a outros BCs na normalização da política monetária tem atraído fluxos de capital para o País. Nesse contexto, o Rabobank reduziu sua projeção para o nível do dólar ao fim deste ano a R$ 5,56, contra estimativa anterior de R$ 5,65.

XP projeta taxa Selic em 12,75%

São Paulo – A XP elevou ontem sua projeção para o patamar da taxa Selic ao fim do atual ciclo de aperto monetário do Banco Central, esperando que os juros cheguem a 12,75% ao ano em junho, com espaço para início de eventual processo de afrouxamento em dezembro.

“As perspectivas para a inflação no Brasil têm se revelado mais desafiadoras que esperávamos, o que justifica um ajuste monetário mais intenso” do que a projeção anterior do cenário base, que era de Selic terminal de 11,75%, disse o economista-chefe da XP, Caio Megale, em relatório.

De acordo com as novas estimativas da corretora, a taxa básica de juros será elevada em 1 ponto percentual em março, 0,75 ponto em maio e 0,25 ponto em junho.

“Com a Selic em um nível tão contracionista, ainda vemos espaço para o início do ciclo de afrouxamento monetário em dezembro”, disse Megale. A XP projeta que a redução dos juros começará com um corte de 0,50 ponto percentual, seguido por decréscimos de 0,75 ponto, até que a Selic atinja o nível neutro de 7,50%.

Dados do IBGE da semana passada mostraram que o IPCA subiu 0,54% em janeiro, desacelerando ante avanço de 0,73% em dezembro, mas registrando a taxa mais elevada para um primeiro mês do ano desde 2016. Em 12 meses, o índice saltou 10,38%, depois de ter encerrado 2021 com alta de 10,06%, bem acima do teto da meta.

A XP manteve sua previsão de que o IPCA subirá 5,2% em 2022 como um todo, embora reconheça um “viés de alta” para a conta. Sua projeção para a inflação ao consumidor em 2023 é de 3,25%. (Reuters)

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