Fusões e aquisições caem 32% em Minas Gerais

O mercado de fusões e aquisições de Minas Gerais apresentou queda de 32% no 3º trimestre de 2024. No período, o Estado respondeu por 19 das 285 operações realizadas na região Sudeste contra 28 de 313 no mesmo período do ano passado, conforme aponta a mais recente pesquisa realizada pela empresa de auditoria KPMG.

No acumulado entre janeiro e setembro deste ano, houve retração de 21% nas fusões e aquisições com participação mineira – somando 80 transações realizadas, contra 101 no mesmo período de 2023. Setores como internet, tecnologia e mineração estão entre os responsáveis por impulsionar a queda.

Ao analisar os segmentos, o sócio de Mercados Regionais da KPMG no Brasil, Ray Souza, ressalta que ambos apresentaram uma diminuição representativa nos três primeiros trimestres de 2024. Mineração, Empresas de Tecnologia da Informação e Internet retraíram 44%, 34% e 30% respectivamente.

Para Souza, a retração de fusões e aquisições em mineração evidenciam uma maior demanda por outras regiões, como Nordeste e Centro-Oeste. Em 2023, das 14 transações a nível Brasil no setor minerador, 9 envolveram Minas Gerais, enquanto no mesmo período de 2024, de 20 transações, somente 4 estão relacionadas com o Estado.

O avanço em outros estados pode ser um indicativo de operações mais atraentes e maior oportunidade de matéria-prima. Apesar disso, o cenário em solo mineiro não é pessimista. “Vejo Minas Gerais bastante maduro no que tange a mineração, e agora o mercado visa novos horizontes e negociações em outras regiões”, explica o executivo.

Ao todo, no 3º trimestre deste ano, Empresas de Internet (4), Mineração (3) e Tecnologia da Informação (3) corresponderam a mais de 50% do total de fusões e aquisições realizadas. Em seguida, Companhias Energéticas, Higiene e Construção apresentaram duas operações M&A cada. Já o Varejo, Produtos Químicos e Farmacêuticos e Fertilizantes registraram uma operação de fusão e aquisição cada.

Fusões e aquisições têm queda no Sudeste e estabilidade no Brasil

Além de Minas Gerais, a região Sudeste retraiu 9% no número de fusões e aquisições, com 285 transações no terceiro trimestre de 2024. Em 2023, as operações somavam 313 e ambas são majoritariamente lideradas por São Paulo, seguido por Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

Das 285 operações mais recentes realizadas no período, 178 foram de empresas brasileiras adquirindo brasileiras (domésticas), 76 de estrangeiros adquirindo brasileiras no Brasil (CB1), 16 de brasileiras adquirindo estrangeiras no exterior (CB2), 6 brasileiras adquirindo estrangeiras no Brasil (CB3) e 9 estrangeiras adquirindo outros estrangeiras no Brasil (CB4).

Em âmbito nacional, o setor de mineração apresentou crescimento de 43%, saindo de 14 para 20 transações na análise dos nove primeiros meses de 2023 em comparação com 2024. Além disso, tecnologia composto por Internet e Tecnologia da Informação também apresentaram aumento nacional de 4%.

Os números refletem que, em contrapartida ao Sudeste, a nível nacional o cenário é de alta ou estabilidade. “Embora em queda, São Paulo ainda representa mais da metade do total de transações e Rio de Janeiro manteve estabilidade comparando os períodos analisados. Já Minas Gerais e Espírito Santo tiveram queda expressiva nos números de operações”, pontua o sócio de Mercados Regionais da KPMG no Brasil, Pietro Moschetta.