Fusões e aquisições sobem 127% em Minas

A PwC Brasil, rede de firmas especializadas em consultoria de negócios e assessoria em transações, publicou relatório indicando aumento de 50% nas fusões e aquisições no Brasil ocorridas no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado.
Em Minas, o volume de transações no chamado M&A cresceu 127%, saltando de 11 negócios em 2020, para 25 em 2021. O montante registrado acompanhou o recorde do mercado nacional: no País, foram anunciadas 333 transações, contra 222 negócios em 2020.
Somente em março foram realizadas 12 operações envolvendo empresas mineiras. O relatório mostra, dentre elas, a aquisição da VipCommerce, empresa de Belo Horizonte que desenvolve plataforma de comércio eletrônico para o varejo de alimentos, pelo Magazine Luiza, sem valores anunciados. Outros negócios de destaque foram as aquisições da Casa Mineira pela Quinto Andar e da Supermassa do Brasil pela Sika.
Sócio da PwC Brasil e líder da área de Fusões e Aquisições, Leonardo Dell’Oso atribui os números à pandemia, quando muitos setores, principalmente comércio físico, hotelaria, empresas de aviação e planos de saúde, foram fortemente afetados pelas medidas de lockdown. “Sem receita, mas com custos, muitas empresas tentaram linhas de crédito bancário, mas, devido ao volume, ficou difícil obter empréstimos. A melhor fonte de recursos foi a operação de M&A, com venda de frações societárias ou mesmo a venda total da empresa”, informou.
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Por outro lado, prossegue Dell’Orso, empresas que mantiveram receita aproveitaram a fragilidade do mercado para aquisições oportunas da concorrência ou para acelerar seu processo de tecnologia digital. “O setor de tecnologia foi responsável por 48% das transações de M&A ocorridas neste primeiro trimestre de 2021. Muitas empresas que não estavam preocupadas com a inclusão digital concluíram que era o melhor momento para atuar na pandemia. Além disso, as empresas de tecnologia, chamadas startups, trazem novas soluções e conquistam novos mercados”, ressaltou.
Dell’Orso acredita que as operações de M&A devem perdurar por alguns anos no Brasil, pois há um crescimento progressivo: 912 (2019), 1.038 (2020) e, mantendo a média de 2021, mais de 1.200 fusões e aquisições. O dólar, contudo, não exerceu grande influência no M&A do primeiro trimestre deste ano – 70% foram negócios entre empresas de capital nacional. Apenas 30% de empresas estrangeiras efetuaram a operação em 2021, na menor média desde 1980. “Parece que as empresas internacionais decidiram concentrar seus esforços nas matrizes”, concluiu.
Relatório
Pelo relatório da PwC Brasil, nos três primeiros meses do ano, o volume de fusões e aquisições no País ficou 50% acima da média do mesmo período de 2020. Somente em março, foram anunciadas 145 transações, volume 169% superior ao mesmo mês de 2020 (54 transações). Segundo o relatório da PwC Brasil, o resultado reforça a tendência de forte crescimento no volume de transações, com potencial de superar o recorde de 1.038 transações do ano passado.
O setor de TI se manteve na liderança, com 159 transações no primeiro trimestre: 48% do total transacionado. O resultado representa um crescimento de 130% em relação a 2020, quando foram realizadas 69 transações. Na segunda posição dos negócios registrados, está o setor de serviços auxiliares, que teve um crescimento de 65% em relação ao mesmo período no ano anterior, com 28 transações, e corresponde a 8% do total transacionado. Destaque, ainda, para o volume de negócios no setor de serviços públicos, que registrou crescimento de 7% em relação a 2020, com 16 negócios contra 15 no ano anterior, o que corresponde a 5% do total transacionado no País.
Os investidores nacionais seguem na liderança no mercado mineiro, com 21 transações, o que representa 84% do total de negócios anunciados. Minas Gerais é o segundo estado com maior volume de fusões e aquisições de empresas, representando 7% do mercado, empatado com Rio de Janeiro; São Paulo teve 50% dos negócios.
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