Finanças

Galípolo: inflação está dentro do esperado pelo BC

A piora observada na performance do real nas últimas semanas é explicada majoritariamente pelo ambiente internacional, avaliou Galípolo
Galípolo: inflação está dentro do esperado pelo BC
Crédito: Lula Marques/ Agência Brasil.

São Paulo – O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse na sexta-feira (1º) que os dados de inflação brasileiros vieram um pouco mais fortes recentemente, mas com o número principal pior que o aspecto qualitativo, num comportamento em linha com o que a autarquia imaginava.

Falando em evento da XP, Galípolo disse que o mercado de trabalho ainda não está gerando pressão para preços.

O diretor notou ainda um “descolamento” dos ativos brasileiros nos últimos dias, sob impacto de temores fiscais e de Orçamento, mas ponderou que especulações sobre a taxa de juros dos Estados Unidos são um elemento que tem dominado o comportamento do mercado nas semanas recentes, bem mais que fatores domésticos.

Câmbio

A piora observada na performance do real nas últimas semanas é explicada majoritariamente pelo ambiente internacional, avaliou Galípolo, defendendo parcimônia em decisões relacionadas à atuação no câmbio.

“Na minha visão, a piora que ocorreu nas últimas semanas é explicada majoritariamente pelo cenário internacional”, disse Galípolo. “A moeda ainda se comportou bem no saldo do ano, teve um processo de valorização.”

Galípolo afirmou que o BC do México cortou quase pela metade suas posições de hedge de câmbio, argumentando que o Brasil iniciou recentemente o ciclo de flexibilização de juros e que a boa prática não recomenda mexer em muitos instrumentos ao mesmo tempo.

“A ideia da parcimônia, da serenidade, se vê na política monetária como um todo, é melhor a gente ir assistindo como cada uma das variáveis envolvidas está se comportando e reagindo”, afirmou.

Na avaliação do diretor do BC, ter os Estados Unidos pagando 5,5% ou 6% em remuneração de títulos “não é um cenário muito tranquilo para países emergentes” e será necessário analisar “o quanto isso vai permitir ou restringir a política monetária” no Brasil.

Para ele, o fator dos juros nos Estados Unidos dominou o comportamento do mercado brasileiro nas últimas semanas, mais do que os fatores domésticos, apesar de um “descolamento” dos ativos brasileiros nos últimos dias, sob impacto de temores fiscais.

Galípolo destacou que a questão das contas públicas terá relevância na reancoragem das expectativas para a inflação. Ele afirmou que a equipe econômica do governo vem reafirmando posição em defesa do novo arcabouço fiscal e que a decisão da equipe econômica de não abrir mão da meta fiscal zero em 2024 foi bem recebida pelo mercado.

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