Finanças

Governo central tem déficit de R$ 14,7 bi

Resultado de novembro, divulgado pelo Tesouro Nacional, ficou pior do que o previsto pelo mercado para o período
Governo central tem déficit de R$ 14,7 bi
Apesar do resultado negativo em novembro, o governo central acumula um superávit de R$ 49,3 bilhões neste ano | Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Brasília – Após dois meses consecutivos de resultados positivos, as contas públicas voltaram a fechar no vermelho. Segundo o Tesouro Nacional, em novembro, o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou um déficit primário de R$ 14,7 bilhões.

O desempenho negativo para o último mês já era esperado, mas o prejuízo foi muito superior aos cerca de R$ 1,3 bilhão previsto por especialistas do mercado financeiro consultados pelo Ministério da Economia, na pesquisa Prisma Fiscal. Em novembro de 2021, o superávit foi de quase R$ 4,2 bilhões.

O resultado primário representa a diferença entre as receitas (ou seja, os recursos financeiros recebidos por meio da cobrança de impostos, taxas, contribuições, entre outras fontes) e os gastos do governo central, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.

De acordo com o Tesouro Nacional, se por um lado, houve, em novembro, uma redução real da receita líquida, por outro, as despesas totais aumentaram. Comparando com o resultado de novembro de 2021, a receita líquida foi 9,4%, ou R$ 13 bilhões, inferior, enquanto as despesas totais cresceram 4,6%, ou R$ 6,1 bilhões.

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Entre as causas da queda na arrecadação estão a retração da ordem de cerca de R$ 10,6 bilhões nas receitas não administradas e a queda na arrecadação do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) devido à redução de 35% nas alíquotas.

Já o crescimento das despesas foi atribuído a fatores como o aumento das despesas obrigatórias, em especial o pagamento do Auxílio Brasil; pagamento de benefícios previdenciários, já que o número de beneficiários cresceu de 3,4% entre outubro de 2021 e outubro de 2022, entre outras.

Enquanto a Previdência Social, sozinha, apresentou déficit primário de R$ 19,2 bilhões, o Tesouro Nacional e o Banco Central obtiveram um superávit de R$ 4,6 bilhões – resultando no já citado déficit primário de R$ 14,7 bilhões – que só não foi maior porque houve um aumento real de 7,3% (o equivalente a R$ 87,9 bilhões) nas fontes administradas pela Receita Federal, como a cobrança de Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido.

Apesar do resultado negativo do último mês, o governo central ainda opera com um superávit primário de R$ 49,3 bilhões quando considerado o desempenho das contas públicas desde o início do ano. No mesmo período de 2021, o Tesouro Nacional registrava um déficit de R$ 48,9 bilhões. Em termos reais, no acumulado até novembro, a receita líquida apresentou aumento de 9,4%, enquanto a despesa aumentou 2,5%.

Estimativa

O secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou nesta quarta-feira que o governo central poderá encerrar 2022 com um superávit primário superior a R$ 50 bilhões, com receitas adicionais e uma limitação em gastos de ministérios.

Valle afirmou que a projeção oficial da pasta ainda é de saldo positivo de R$ 34 bilhões no ano, ponderando que não ficará surpreso se o valor ultrapassar R$ 50 bilhões, considerando novos fatores que estão no radar do órgão.

Ele não deu detalhes sobre o lado da arrecadação, mas disse que “ainda devemos ter receita adicional em dezembro superior ao previsto”. Nas despesas, ele afirmou que é esperado um empoçamento de verbas em ministérios, quando as pastas têm recursos disponíveis, mas não conseguem gastar a tempo do fim do ano (ABr/Reuters).

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