Finanças

Governo não vai propor mudanças, aponta Padilha

Governo não vai propor mudanças, aponta Padilha
Padilha sinaliza para “decisões coerentes” do Planalto

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou ontem que não há “nenhuma predisposição” do governo de fazer qualquer mudança na relação com o Banco Central.

No Twitter, Padilha afirmou que, em seu governo anterior, Lula deu plena autonomia ao então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

“O presidente não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido”, escreveu Padilha.

Os comentários do ministro foram feitos um dia depois de o presidente Lula ter posto em dúvida, em entrevista à GloboNews, a vantagem de um Banco Central autônomo e questionado se os níveis das metas atuais de inflação não são baixos demais.

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Em discurso público nesta quinta, Lula voltou a abordar a política monetária, questionando o porquê de a taxa básica de juros estar no nível que está — Lula citou erroneamente uma taxa de 13,5%, quando a Selic já está em 13,75%

As falas do presidente incomodaram o mercado, com investidores enfatizando principalmente preocupações com uma interferência política na fixação das metas de inflação. O dólar tinha alta de 0,45% nesta tarde, após ter subido 1,11% na véspera.

“O governo sabe que a política monetária e o papel de análise da macroeconomia do Banco Central são de extrema importância”, escreveu Padilha. “E, também por isso, a convivência respeitosa entre as instituições vai continuar sendo a ordem dessa gestão”, completou o ministro.

As metas de inflação são fixadas pelo Conselho Monetário Nacional que, pela configuração atual, é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.

Campos Neto – A formalização da autonomia do Banco Central ajudou a reduzir a volatilidade dos mercados no Brasil e mostrou resiliência, disse ontem o presidente da autoridade monetária, Roberto Campo Neto, se comprometendo a atuar com independência e permanecer no posto até o fim do mandato.

Em seminário promovido pela Universidade da Califórnia (Ucla),  em Los Angeles, Campos Neto disse entender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quis dizer, em declarações na véspera, que não seria necessário ter a independência do BC prevista em lei para a autonomia funcionar.

Na apresentação, Campos Neto disse ainda que os ataques registados em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano impactam a credibilidade do Brasil, ressaltando que “condena fortemente” os atos.

O presidente do BC avaliou que o País está passando por tempos difíceis e disse que os ataques são inaceitáveis.

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