Finanças

IPCA-15 cresce acima da média nacional em maio na RMBH, segundo IBGE

A inflação do período na Grande Belo Horizonte foi o terceiro maior resultado entre as onze áreas pesquisadas pelo Instituto
Atualizado em 29 de maio de 2024 • 00:20
IPCA-15 cresce acima da média nacional em maio na RMBH, segundo IBGE
Crédito: BHTrans/Divulgação

Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) apresentou alta de 0,60% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), variação superior à nacional, que foi de 0,44%. O índice para a RMBH foi o terceiro maior resultado entre as 11 áreas pesquisadas, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo Transporte apresentou o maior aumento, da ordem de 1,82% impactando o índice geral de maio em 0,36 ponto percentual. A gasolina, por sua vez, foi a responsável pelo maior impacto individual positivo no índice, registrando 5,83% de aumento na RMBH. Ainda nesse grupo, foram registrados aumentos nos preços do etanol (11,41%) e da passagem aérea (9,75%).

Já as variações acumuladas em 12 meses foram de 4,51% na RMBH, o maior resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa (junto com Belém), e de 3,70% no Brasil. Na RMBH, sete grupos apresentaram inflação, sendo eles o de Transportes (1,82%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,33%), Vestuário (0,72%), Comunicação (0,44%), Habitação (0,29%), Educação (0,24%) e Despesas pessoais (0,21%).

Apenas dois grupos apresentaram deflação, sendo os segmentos de Alimentação e bebidas queda de 0,37% e Artigos de residência, redução de 0,07%.

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Em Saúde e cuidados pessoais a alta foi de 1,33%. Os produtos farmacêuticos subiram 2,40%, em média, o que impactou o índice geral em 0,10 pontos percentuais, após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, desde 31 de março.

Outro destaque foi o aumento do perfume, que teve alta de 2,12%. Na Comunicação, o incremento foi de 0,44%, o plano de telefonia móvel aumentou 2,40%. Já o segmento Vestuário subiu 0,72%, as roupas aumentaram 0,71% e impactaram 0,02 pontos percentuais no índice geral.

No grupo de Alimentação e Bebidas, a deflação foi de 0,37% e o principal destaque foi a redução no preço da banana-prata que caiu 31,06%, provocando o maior impacto individual negativo no índice, de -0,16 pontos percentuais. Também foram observados recuo nos preços da banana d’agua (caturra) (-21,98%), do tomate (-13,85%), da laranja-pêra (-10,81%) e das carnes (-1,14%).

Do lado das altas, os destaques foram para o mamão (20,46%), cebola (17,81%), cenoura (11,64%), café moído (9,09%), maçã (5,24%), batata-inglesa (4,39%), e o leite longa vida (2,47%).

Análise

“Os dados mostram que a inflação está controlada, mas ainda exige atenção. A variação… em maio foi levemente abaixo das expectativas, o que pode sugerir que as pressões inflacionárias estão se suavizando um pouco”, diz o sócio da Ipê Investimentos, Fabio Murad, sobre o avanço do índice nacionalmente.

“No entanto, a aceleração em relação ao mês anterior e a influência dos grupos Saúde e cuidados pessoais e Transportes indicam que ainda há fatores de risco, considerando a meta de inflação do Banco Central de 3%”, completou.

O BC reduziu neste mês o ritmo de afrouxamento monetário com um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros Selic, para 10,50% ao ano, após seis quedas consecutivas de 0,50 ponto na taxa. Também foi abandonada a indicação para passos futuros da política monetária.

A ata desse encontro mostrou que todos os diretores defenderam uma política monetária mais contracionista, cautelosa e sem indicação futura sobre os juros, apesar da divisão no colegiado sobre a intensidade do corte na Selic.

“A melhora quase que disseminada nos núcleos segue reforçando um cenário desinflacionário robusto no curto prazo … A principal exceção fica com os itens mais sensíveis à força da economia e, portanto, relevantes para o Copom, que têm oscilado ao redor de 5%. Dito isso, aos olhos dos juros, fica claro que o nosso desafio não é a inflação corrente, mas as expectativas à frente”, disse o economista do PicPay, Igor Cadilhac.

A pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 3,86%, com a Selic a 10%. (Com informações da Reuters)

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