Finanças

Ibovespa fecha em alta com ajuda de Fed e Moody’s; Bradesco e Weg recuam

Na quarta-feira, quando não houve negociação na bolsa brasileira em razão de feriado no país, o Federal Reserve manteve as taxas de juros na faixa de 5,25% a 5,50%
Ibovespa fecha em alta com ajuda de Fed e Moody’s; Bradesco e Weg recuam
Foto: Reuters/Nacho Doce

São Paulo – O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, reagindo à indicação do banco central dos Estados Unidos, na véspera, de que ainda está inclinado a eventuais reduções nos juros na maior economia do mundo, enquanto as ações de Bradesco e Weg figuraram entre as maiores quedas após resultados do primeiro trimestre.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,95%, a 127.122,25 pontos, embalado ainda pela melhora da perspectiva do rating brasileiro pela Moody’s. Na máxima do dia, chegou a 127.670,16 pontos. Na mínima, a 125.925,55 pontos. O volume financeiro no pregão somou R$ 24,1 bilhões.

Na quarta-feira, quando não houve negociação na bolsa brasileira em razão de feriado no país, o Federal Reserve manteve as taxas de juros na faixa de 5,25% a 5,50% e reforçou que o quadro de inflação está mais adverso, o que corrobora a visão de ser improvável que o Fed inicie o ciclo de cortes em junho.

O chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, contudo, enfatizou ser pouco provável que o próximo movimento na taxa de juros dos EUA seja de aumento, acrescentando que o foco do Fed tem sido manter sua atual postura restritiva.

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Na visão do chefe da EQI Research, Luís Moran, não houve mudança no discurso recente do Fed, mas talvez o mercado tenha precificado um cenário muito ruim, com alguns contemplando até a chance de aumento de juros. “Foi mais um alívio.”

Na véspera, os rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA fecharam a 4,591%, de 4,684% na terça-feira. Nesta sessão, marcavam 4,5852% no final do dia. Ainda em Wall Street, o S&P 500 encerrou o pregão em baixa na quarta, mas subiu 0,91% nesta sessão.

As atenções agora se voltam aos dados do mercado de trabalho norte-americano previstos para sexta-feira, que devem mais uma vez ajudar a medir a saúde da economia dos EUA e a calibrar as apostas para os próximos movimentos do Fed.

De acordo com Moran, a performance da bolsa paulista também refletiu a decisão da Moody’s de reafirmou na quarta-feira a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 e mudar a perspectiva do país de “estável” para “positiva”.

A agência disse que a melhora da perspectiva é sustentada pela avaliação de que “um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil”.

“Isso fez peso, com certeza”, disse o chefe da EQI Research, acrescentando que, mesmo que exista algum questionamento sobre uma melhora fiscal, o PIB tem vindo melhor do que o esperado, e “um PIB melhor meio que tem o poder de meio que arrumar um pouco o fiscal”.

A B3 também divulgou nesta quinta-feira a terceira e última prévia do Ibovespa que irá vigorar de 6 de maio a 30 de agosto, confirmando a entrada das ações da Vivara e registrando a saída dos papéis da Casas Bahia. Assim, a próxima composição contará com 86 papéis de 83 empresas.

Destaques

  • BRADESCO PN caiu 1,14%, a R$ 13,84, revertendo a alta da abertura, quando chegou a R$ 14,32 (+2,29%). Analistas repercutiram o resultado do primeiro trimestre do banco, que ficou acima de projeções no mercado, com lucro líquido recorrente de R$ 4,2 bilhões. Investidores também analisaram declarações do CEO do banco, Marcelo Noronha, reiterando uma visão “otimista, mas pé no chão” e afirmando que a recuperação esperada para a sua carteira de crédito neste ano se refletirá na melhora da margem financeira, que analistas ressaltaram como um ponto de preocupação ainda na performance do Bradesco.
  • ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 1,45%, a R$ 31,80, enquanto BANCO DO BRASIL ON avançou 1,06%, a R$ 27,71. Ambos reportam seus desempenhos trimestrais na próxima semana. SANTANDER BRASIL UNIT, que já divulgou seus números, fechou negociado em alta de 2,49%, a R$ 29,62.
  • WEG ON caiu 1,77%, a R$ 38,85, após a fabricante de motores e componentes elétricos reportar mais cedo que teve lucro líquido de R$ 1,33 bilhão no primeiro trimestre, alta de 1,6% ante o resultado positivo obtido um ano antes e dentro das previsões do mercado. O resultado operacional medido pelo Ebitda somou R$ 1,77 bilhão, crescimento anual de 4,8%.
  • GPA ON avançou 8,53%, a R$ 3,18, após divulgar no final da terça-feira sua adesão ao programa de quitação de débitos de ICMS do governo do Estado de São Paulo, obtendo assim uma redução de aproximadamente 80% em contingências de R$ 3,6 bilhões. O desembolso de caixa esperado, após descontos aplicados no contexto do acordo, representa, aproximadamente, R$ 794 milhões, mas o efeito líquido no resultado é de uma despesa estimada em R$ 261 milhões.
  • MAGAZINE LUIZA ON subiu 7,35%, a R$ 1,46, encontrando apoio no alívio da curva de DI para uma recuperação, após acumular em abril um declínio de 24,44%. O índice do setor de consumo, que tende a se beneficiar de um ambiente de juros menores, fechou elevação de 0,92%. No mesmo sentido, CVC BRASIL ON saltou 12,44%, após encerrar o mês passado com uma queda acumulada de 30,69%
  • CSN ON avançou 0,72%, a R$ 14,02, tendo no radar anúncio nesta quinta-feira de que fechou acordo de exclusividade nas negociações para aquisição de 100% da rival Intercement, que além do Brasil possui ativos na Argentina e é controlada pelo grupo Mover, ex-Camargo Corrêa.
  • VALE ON subiu 1,00%, a R$ 63,92, em sessão sem a referência dos preços do minério de ferro na China em razão de feriado naquele país no período de 1 a 3 de maio. Na véspera, a mineradora informou que apresentará seu próximo presidente até 3 de dezembro, após a aprovação do conselho, em setembro, de uma lista tríplice de candidatos a ser apresentada por uma empresa de consultoria. A companhia disse que o novo CEO assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2025.
  • PETROBRAS PN avançou 0,38%, a R$ 42,18, tendo como pano de fundo a fechamento positivo dos preços do petróleo Brent, que subindo 0,21%. A companhia divulgou nesta quinta-feira que elevou o preço médio de venda do querosene de aviação (QAV) da empresa em 2,8%, a partir de 1º de maio, o que corresponde a um acréscimo aproximado de 0,11 real por litro.
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