Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana

São Paulo – O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% nesta sexta-feira (26), quase zerando as perdas da semana, com a ajuda principalmente da Vale, que subiu 1,49% um dia após resultado trimestral e com o CEO afirmando que a mineradora caminha para o topo das metas relacionadas ao minério de ferro em 2024.
Um salto de quase 6,72% da JBS após “upgrade” do JPMorgan reforçou a performance positiva, enquanto Usiminas foi destaque negativo, com um tombo de 23,55%, após o balanço do segundo trimestre e sinalizações da companhia decepcionarem analistas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,22%, a 127.491049 pontos, acumulando variação negativa de apenas 0,1% na semana. Na máxima do dia, chegou a 127.699,91 pontos. Na mínima, a 125.953,28 pontos. O volume financeiro na bolsa paulista somou R$ 22,6 bilhões.
As ações brasileiras ampliaram a alta à tarde, conforme Wall Street acelerou os ganhos em sessão marcada por dados de inflação mantendo as apostas de corte de juros em setembro.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Nos Estados Unidos, o índice de preços de despesas com consumo (PCE, da sigla em inglês) aumentou 0,1% no mês passado, em linha com as projeções. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE teve alta de 0,2% no mês passado, acima da expectativa de 0,1% no mercado.
Após os dados, os futuros de juros nos EUA continuaram embutindo apostas de que o Federal Reserve irá manter os juros na próxima semana, mas promover um corte inicial no encontro seguinte, em setembro, e outros dois até o final do ano.
Na visão de economistas do Bradesco chefiados por Fernando Honorato, os números do PCE trouxeram um alívio importante, levando-se em consideração os riscos altistas após a surpresa positiva nos dados do PIB do segundo trimestre dos EUA, divulgados na véspera.
- Leia também: Lucro líquido da Vale triplica no 2º tri para US$ 2,77 bilhões; CEO vê ‘topo das metas’
“Os recorrentes alívios refletem um progresso importante para o mandato de inflação do Fed e tornam o cenário cada vez mais construtivo para que seja iniciado o processo de flexibilização monetária no país”, afirmaram em nota enviada a clientes nesta sexta-feira.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 1,1%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,1939%, de 4,256% na véspera.
Destaques
- VALE ON avançou 1,49%, apoiada pelo aumento do minério de ferro no exterior, um dia após divulgar balanço do segundo trimestre com resultado com Ebitda ajustado de US$ 3,99 bilhões. A mineradora também anunciou juros sobre capital próprio de cerca de R$ 2,09 por ação, enquanto o CEO Eduardo Bartolomeo disse que os resultados de produção e vendas de minério de ferro no primeiro semestre colocam a companhia no caminho para atingir o ponto mais alto das suas metas para 2024.
- JBS ON disparou 6,72%, endossada por relatório de analistas do JPMorgan elevando a recomendação de “neutra” para “overweight”, bem como o preço-alvo, de 27 para R$ 37, destacando que o “momentum” dos resultados segue forte e que a queda recente oferece um bom ponto de entrada nos papéis. A maior processadora de carnes do mundo também anunciou nesta sexta-feira que vai inaugurar em novembro a sua fábrica de empanados de frango na Arábia Saudita.
- USIMINAS PNA <USIM5.SA> desabou 23,55%, para uma mínima desde 30 de outubro de 2023, a R$ 6,33, em meio à repercussão do resultado do segundo trimestre, que mostrou Ebitda ajustado de R$ 247 milhões, abaixo das projeções no mercado. Nem a sinalização da empresa de que espera alta nas vendas de aço no terceiro trimestre e que aumentará preços em agosto amenizaram a fustração, com analistas preocupados com pressões de custos, com a Usiminas perdendo R$ 2,1 bilhões em valor de mercado
- HYPERA ON subiu 5,77%, revertendo a queda dos primeiros negócios, tendo como pano de fundo Ebitda das operações continuadas de R$ 755,1 milhões, recuo de 4,5% ano a ano, com queda em margens. As ações ganharam fôlego durante a teleconferência com analistas, na qual executivos da farmacêutica afirmaram que devem manter a política mais agressiva de descontos, mas que isso não deve afertar de forma relevante as margens.
- PETZ ON valorizou-se 3,92%, no segundo dia seguido de ganhos após um começo de semana mais negativo. A companhia disse que o prazo para as negociações exclusivas envolvendo potencial combinação com a Cobasi, que se encerra em 23 de agosto, poderá ser estendido por 30 dias caso “estejam prosseguindo a contento”. A XP reduziu previsão para o Ebitda em 2024 e 2025 da Petz, mas reiterou o preço-alvo de 4,50 reais para as ações, bem como a recomendação de “compra”.
- PETROBRAS PN fechou em baixa de 0,11%, após ter subido mais de 1% na máxima da sessão, quando se descolou da fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo, com o barril de Brent caiu 1,51%. Antes dos ajustes finais, as PNs ainda trabalhavam no azul (+0,16%). Em entrevista publicada durante o call de fechamento, a diretora de Exploração e Produção da estatal disse à Reuters que a Petrobras fez oferta não vinculante por fatia em mega bloco da Galp na Namíbia.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,74% e BRADESCO PN subiu 0,81%, embalados pela bom humor generalizado na bolsa. O Banco Central divulgou nesta sessão dados de crédito mostrando aumento nas concessões em junho de 2,4% ante maio, enquanto a inadimplência no segmento de recursos livres passou de 4,5% para 4,6% nessa mesma comparação. BANCO DO BRASIL ON valorizou-se 0,86% e SANTANDER BRASIL UNIT encerrou o dia com acréscimo de 1,8%.
- AMERICANAS ON, que não está no Ibovespa, caiu 7,89%, revertendo o sinal positivo da primeira etapa da sessão, um dia após seu conselho de administração homologar parcialmente aumento de capital de R$ 24,5 bilhões, com quase cerca de metade sendo subscrito pelos bilionários acionistas de referência da companhia em recuperação judicial e a outra metade por credores.
Ouça a rádio de Minas