Ibovespa avança, mas registra 1ª perda semanal no mês

São Paulo – O Ibovespa fechou com sinal positivo na sexta-feira (24), com a alta de Ambev e Suzano atenuando entre os destaques positivos, em meio a embolso de lucros antes da temporada de resultados ganhar tração na próxima semana.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa terminou com variação positiva de 0,09%, a 102.381,58 pontos, mas contabilizando a primeira perda semanal do mês, de 0,49%. No pior momento do dia, caiu a 100.858,76 pontos. O volume financeiro na sessão somou R$ 27,2 bilhões.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de 0,6%, com receios sobre as relações entre os Estados Unidos e a China se somando a preocupações com o ritmo da recuperação da economia norte-americana, em sessão de queda no setor de tecnologia.
“O Ibovespa está em um movimento normal de realização de lucros, as pessoas que tiveram ganhos estão resgatando este dinheiro”, afirmou o analista Fernando Góes da Clear Corretora.
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Com base na análise gráfica do Ibovespa, ele avalia que o Ibovespa deve se manter entre os 100 mil e 98 mil pontos, que são suportes fortes e podem ser pontos de compra de ações, mas que a tendência de alta continua.
Na próxima semana, cerca de 20 empresas do Ibovespa divulgam balanços do segundo trimestre, que experimentou o momento mais agudo da crise econômica deflagrada pela pandemia do Covid-19.
Entre elas estão Vale, Petrobras, Ambev e Bradesco.
Dólar – A moeda americana fechou a volátil sessão da sexta-feira em leve queda, depois de subir quase 0,8%, com o vaivém nos preços da moeda seguindo um dia instável nos mercados internacionais, em meio aos temores sobre as relações entre Estados Unidos e China.
O dólar à vista caiu 0,14%, a R$ 5,207 na venda. Na semana, o dólar perdeu 3,26%, a mais forte desde a semana finda em 5 de junho. Em julho, a cotação recua 4,28%, mas ainda dispara 29,76% em 2020. Na B3, o dólar futuro rondava estabilidade, a R$ 5,2140.
No exterior, o dólar bateu mínimas em quase dois anos, com avaliações de que a economia norte-americana pode perder ritmo em sua recuperação diante do aumento de casos de Covid-19 no país.
Esse temor voltou a pressionar as bolsas, além dos receios de potenciais impactos econômicos decorrentes das tensões EUA-China.
No mercado de moedas, o iene e o ouro – tradicionais ativos de refúgio – tiveram firmes altas, com o metal mirando máxima recorde. Moedas emergentes e correlacionadas às commodities – como o real – tiveram no geral um dia de debilidade.
O noticiário cauteloso no exterior corroborou a volatilidade do câmbio no Brasil. O dólar oscilou no dia entre alta de 0,76%, a R$ 5,2541, e queda de 1,03%, a R$ 5,1609.
Para Ivo Chermont, sócio e economista-chefe da gestora Quantitas, “alguma suspeita” de que a volatilidade do câmbio esteja relacionada ao nível de juros pode fazer com que o Banco Central pare de cortar a Selic depois de um afrouxamento monetário de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, em agosto.
Roberto Campos, gestor sênior de câmbio na Absolute Investimentos, avaliou que a narrativa de que a volatilidade cambial é fruto do patamar da Selic é “uma tese ainda não provada”, mas contribui para afastar das operações cambiais investidores apegados a fundamento, o que abre espaço para maior influência de posições de curtíssimo prazo, geralmente de maior volatilidade. (Reuters)
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