Ibovespa fecha em alta com aval de Vale, mas Petrobras pesa
O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (25), ultrapassando os 156 mil pontos na máxima, com apoio principalmente dos papéis da Vale em dia de avanço do minério de ferro na China, mas o fôlego não se manteve com Petrobras pressionando negativamente, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,41%, a 155.910,18 pontos, após marcar 154.821,35 pontos na mínima e 156.373,21 pontos na máxima do dia. O volume financeiro do pregão somou R$ 20,3 bilhões.
Na visão do sócio e advisor da Blue3 Investimentos Willian Queiroz, foi um pregão calmo na bolsa paulista, onde o Ibovespa chegou a superar os 156 mil pontos, mas acabou arrefecendo a alta com o declínio de Petrobras, que acompanhou o declínio nos preços do petróleo no exterior.
Ele destacou decisões envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que ele comece imediatamente a cumprir pena de prisão em regime fechado por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.
Queiroz vê as notícias como um prelúdio para que a direita se reorganize para as eleições de 2026.
Ainda no tema político, pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira mostrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderando todos os cenários para a eleição presidencial de outubro do ano que vem, bem como aumento na avaliação positiva do governo federal e na aprovação pessoal do presidente.
No cenário macro, em um momento de melhora nas projeções do mercado para a inflação, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou em comissão no Senado que o BC não pode perseguir a banda superior da meta de inflação, de 4,5%, mas sim o centro do objetivo, de 3%.
“A meta não é a banda superior. A banda foi feita para que, dado que (a inflação) oferece flutuações… criou-se um ‘buffer’ para amortecer eventuais flutuações. Mas de maneira nenhuma a meta é de 4,5%”, disse Galípolo. Apesar do tom ainda rigoroso, as taxas dos DIs recuaram nesta terça-feira.
De acordo com o estrategista de investimentos Nicolas Gass, sócio da GT Capital, o comportamento dos juros futuros acabou beneficiando empresas ligadas ao varejo, educação, construção civil e transporte.
Investidores também continuam monitorando a saúde da economia norte-americana, com dados de varejo e inflação ao produtor nesta sessão corroborando a retomada das apostas para mais um corte de juros nos Estados Unidos neste ano. Em Nova York, o S&P 500 fechou com alta de 0,91%.
Destaques
– VALE ON avançou 0,78%, apoiada na alta dos futuros do minério de ferro na China, que refletiu expectativa de que cortes propostos em taxas portuárias naquele país desencorajem a estocagem do minério por prazos longos. O contrato mais negociado em Dalian subiu 0,51%.
– PETROBRAS PN recuou 0,8%, enfraquecida pelo declínio do petróleo no exterior, onde o barril do Brent terminou em baixa de 1,4%. Investidores estão na expectativa do plano de negócios da Petrobras esperado para quinta-feira. PETROBRAS ON cedeu 0,96%.
– BRADESCO PN subiu 0,8%, em dia positivo no setor, com SANTANDER BRASIL UNIT avançando 1,51%, BANCO DO BRASIL ON encerrando em alta de 0,6% e ITAÚ UNIBANCO PN valorizando-se 0,23%. Analistas do JPMorgan elevaram o preço-alvo de Itaú PN de R$43 para R$46.
– MBRF ON fechou em baixa de 3,27%, ampliando a correção negativa desde a semana passada. Até o dia 17, a ação mostrava valorização de mais de 43% em novembro. A MBRF também divulgou que elevou em 8% a produção de kits comemorativos em 2025. No setor, MINERVA ON caiu 0,63%.
Conteúdo distribuído por Reuters
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