Ibovespa fecha em queda com ajustes após máximas à espera do Fed

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (12), refletindo movimentos de realização de lucros após renovar máximas históricas na véspera, em pregão também marcado por expectativas para o possível primeiro corte de juros nos Estados Unidos em nove meses, na próxima semana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,61%, a 142.271,58 pontos, após marcar 142.240,7 pontos na mínima e 143.202,09 pontos na máxima do dia. Na semana, acumulou declínio de 0,26%, enquanto, no mês, ainda sobe 0,60%.
O volume financeiro no pregão desta sexta-feira somou apenas R$16,4 bilhões.
Na véspera, o Ibovespa renovou máximas históricas, testando o patamar dos 144 mil pontos pela primeira vez.
Ameaças do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, de uma resposta dos EUA à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes relacionados a uma tentativa de golpe de Estado também serviram como argumento para alguma cautela na bolsa paulista nesta sexta.
Em Nova York, o S&P 500 fechou com decréscimo de 0,05%, em ritmo de espera para a decisão do Federal Reserve no próximo dia 17, com projeções no mercado apontando um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros da maior economia do mundo, que está atualmente na faixa de 4,25% a 4,50%.
O desfecho da reunião de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed será acompanhado das projeções econômicas da autoridade monetária e seguido pela coletiva à imprensa do chair do BC norte-americano, Jerome Powell.
Economistas do Deutsche Bank afirmaram esperar, além do corte de 0,25 pontos, que o Fed sinalize que mais reduções são prováveis nas reuniões restantes deste ano. Também avaliam que a decisão que será conhecida na quarta-feira provavelmente não será unânime, conforme relatório enviado a clientes.
No Brasil, o Banco Central também divulga decisão de política monetária na próxima quarta-feira, mas a expectativa é de manutenção da taxa Selic em 15% ao ano.
Estrategistas da XP Investimentos chamaram a atenção para a resiliência do Ibovespa após a correção de julho (-4,17%), quando sofreu com a escalada de tensões entre Brasil e EUA e com a saída de capital estrangeiro, citando a valorização de quase 7% desde agosto, com novas máximas registradas.
Eles avaliam que a recuperação do mercado foi sustentada, principalmente, por um quadro micro sólido, com a temporada de resultados do segundo trimestre sendo a melhor dos últimos três anos, níveis de valuation ainda atrativos, expectativas de juros mais baixos à frente e início antecipado do “trade eleitoral”.
Destaques
– ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,5%, em sessão mais negativa no setor, com BRADESCO PN caindo 1,17%, SANTANDER BRASIL UNIT cedendo 1,1% e BTG PACTUAL UNIT perdendo 1,77%. Na contramão do setor no Ibovespa, BANCO DO BRASIL ON subiu 0,41%.
– PETROBRAS PN recuou 0,67%, sucumbindo à realização de lucros, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent fechou com elevação de 0,93%. Na semana, as preferenciais da Petrobras ainda acumularam valorização de 1,93%,
– VALE ON fechou com variação negativa de 0,04%, também abandonando o sinal positivo registrado em parte da sessão, em dia de variações modestas dos preços dos contratos futuros do minério de ferro na China e após anúncio na véspera de que recebeu licença para expandir produção de minério de ferro em Carajás.
– GERDAU PN recuou 4,12%, pior desempenho do setor siderúrgico, com USIMINAS PNA fechando em baixa de 0,44%, mas CSN ON subindo 0,13%.
– MINERVA ON valorizou-se 2,47%, enquanto a rival MARFRIG ON avançou 2,63%, com agentes de olho em eventual alívio em tarifas comerciais dos EUA após o governo norte-americano retirar a taxa de 10% sobre exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel para aquele país.
– RD SAÚDE ON subiu 2,85%, no quarto pregão seguido de valorização, buscando manter em setembro o viés de agosto, que fechou com um ganho acumulado de mais de 30%.
Conteúdo distribuído por Reuters
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