Finanças

Ibovespa fecha em queda com Petrobras e anúncio fiscal no radar

O índice caiu 0,44%, a 137.272,59 pontos
Ibovespa fecha em queda com Petrobras e anúncio fiscal no radar
Crédito: Amanda Perobelli / Reuters

São Paulo – O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (22), pressionado principalmente pelas ações da Petrobras acompanhando o petróleo no exterior, em sessão também marcada pela divulgação de uma contenção de R$ 31,3 bilhões em gastos pelo governo federal para cumprir regras fiscais e expectativa de anúncio de elevação de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,44%, a 137.272,59 pontos, após marcar 137.087,96 pontos na mínima e 138.837,08 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou  R$24,8 bilhões.

De acordo com o gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, a bolsa paulista reagiu positivamente a informações no começo da tarde de que o governo faria uma contenção de gastos maior que a esperada, que foram confirmadas na sequência com a divulgação do Relatório de Receitas e Despesas Primárias.

“Ao anunciar um contingenciamento maior que o esperado, o governo melhora a percepção sobre o fiscal, ajudando o Banco Central na tarefa de ancorar expectativas de inflação e, em algum momento, iniciar o ciclo de cortes de juros”, analisou.

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Ele ressaltou, contudo, que informações envolvendo aumento do IOF, confirmadas no final da tarde após o fechamento da bolsa, acabaram repercutindo negativamente, minando a melhora no pregão.

A contenção anunciada pelos ministério da Fazenda e do Planejamento inclui um contingenciamento de R$ 20,7 bilhões e um bloqueio de R$ 10,6 bilhões. Em relatório de avaliação fiscal, as pastas apontaram que sem a contenção anunciada, o resultado primário de 2025 seria de déficit de R$ 51,7 bilhões.

Após ruídos divulgados com o pregão aberto, o governo publicou no Diário Oficial da União decreto com mudanças no IOF, envolvendo seguros, crédito a empresas e câmbio.

Confira os principais destaques da queda do Ibovespa nesta quinta-feira

  • PETROBRAS PN recuou 1,32% e PETROBRAS ON <PETR3.SA> caiu1,33%, acompanhando o comportamento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent fechou em baixa de 0,72%. No setor, BRAVA ON <BRAV3.SA> perdeu 2,47%, PRIO ON encerrou negociada em baixa de 1,94% e PETRORECONCAVO terminou com acréscimo de 0,28%.
  • VALE ON <VALE3.SA> perdeu 0,75%, tendo como pano de fundo variações modestas dos futuros do minério de ferro na China, onde contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian<DCIOcv1> encerrou as negociações do dia com alta de 0,14%, a727 iuanes (US$100,93) a tonelada.
  • ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,69%, acompanhando por SANTANDERBRASIL UNIT, que recuou 0,8%, e BANCO DO BRASIL ON, que fechou com queda de 0,83%. BRADESCO PN subiu 0,26% e BTG PACTUAL UNIT avançou 0,2%.
  • AZUL PN <AZUL4.SA> subiu 4,9%, após seis quedas seguidas, período em que acumulou um tombo de quase 29%. Na véspera, chegou a ser negociada a R$1, mínima histórica intradia, em meio a preocupações com as finanças da companhia aérea.  No setor, GOL PN ganhou 4,35%, ainda embalada pela perspectiva de que a companhia deve sair da recuperação judicial nos EUA no próximo mês.
  • RAÍZEN PN disparou 12,36%, ampliando ganhos da véspera, quando o noticiário trouxe que o Pátria submeteu neste mês a apreciação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) operação referente à aquisição de ativos relativos a projetos de usinas de geração solar distribuída detidos pela companhia. 
  • JBS ON <JBSS3.SA> subiu 0,43%, após trocar de sinal algumas vezes no pregão. Investidores estão na expectativa pela assembleia extraordinária na sexta-feira, quando acionistas decidirão sobre a dupla listagem das ações da maior processadora de proteína animal do mundo — nos Estados Unidos e no Brasil.  O boletim de voto a distância da AGE, divulgado nesta quinta-feira, mostrou acionistas divididos sobreo tema. 
  • TIM BRASIL ON caiu 2,45%, tendo como pano de fundo relatório da XP cortando a recomendação dos papéis para neutra. Entre os argumentos, o analista citou perspectiva de crescimento modesto, com alta exposição da TIM ao segmento pré-pago em um cenário de pressões inflacionárias, o que levanta preocupações quanto à estabilidade da receita e à expansão da margem. 
  • MOTIVA ON perdeu 0,6%, após garantira a manutenção de sua concessão da rodovia BR-163, no Mato Grosso do Sul, na primeira “otimização” de contrato de rodovia realizada no país. A empresa, que venceu o primeiro contrato de concessão da BR-163em 2013 e afirma que já investiu cerca de R$1 bilhão na estrada, foi a única a apresentar proposta pela rodovia de 847quilômetros.
  • ASSAÍ ON subiu 5,46%, em dia positivo para o setor de consumo, na esteira do alívio na curva de juros. O Itaú BBA também reiterou classificação “outperform” para as ações e elevou o preço-alvo de R$11 para R$12. O índice do setor de consumo avançou 0,5%. 

Conteúdo distribuído pela Reuters

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