Finanças

Ibovespa renova máxima histórica com disparada de Petrobras

As ações brasileiras permanecem beneficiadas pela procura global por ativos de risco, dada a perspectiva de um corte de juros iminente nos EUA
Ibovespa renova máxima histórica com disparada de Petrobras
Foto: Reprodução Adobe Stock

São Paulo – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (26), renovando máxima histórica e voltando a flertar com os 137 mil pontos, em desempenho sustentado pela disparada da Petrobras na esteira do avanço do petróleo no exterior e “upgrade” das ações pelo Morgan Stanley.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,94%, a 136.888,71 pontos, novo recorde de fechamento, tendo marcado 137.013,05 pontos na máxima e 135.608 pontos na mínima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$ 20,6 bilhões.

As ações brasileiras permanecem beneficiadas pela procura global por ativos de risco, dada a perspectiva de um corte de juros iminente nos Estados Unidos, que ganhou ainda mais força após declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, na última sexta-feira.

Em discurso no simpósio anual do Fed de Kansas City em Jackson Hole, Powell afirmou que “chegou a hora de ajustar a política” monetária, acrescentando que “direção a ser seguida é clara”, embora tenha ponderado que o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão de dados.

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Dados da B3 mostram que as compras de estrangeiros na bolsa paulista superam as vendas em R$ 6 bilhões em agosto até o dia 22.

De acordo com analistas do Itaú BBA, no relatório Diário do Grafista, o Ibovespa está em tendência de alta no curto prazo, mas o risco de uma realização de lucros segue na mesa.

“Aos poucos, os mercados avançam e buscam convencer os investidores de que mais uma rodada de alta pode estar por vir. Mas o fato é que a briga entre compradores e vendedores ao redor das resistências tem amarrado os demais índices, deixando uma possibilidade de realização de lucros”, escreveram.

Depois do rali recente, a equipe do Itaú BBA avalia que o mercado continua esticado e mostra, até o momento, que pode continuar a subida. “Frente a isso, é um olho na compra e o outro no stop para proteger os ganhos dos últimos pregões.”

Destaques

  • PETROBRAS PN saltou 7,26%, para o novo topo de fechamento a R$ 39,57, favorecida pelo preço do petróleo no exterior. O barril de Brent fechou em alta de 3,05%. Analistas do Morgan Stanley também elevaram a recomendação dos papéis da estatal para “overweight”, bem como o preço-alvo dos ADRs de 18 para US$ 20, enxergando uma perspectiva de retorno total atraente. Ainda nesta segunda-feira, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definiu a estatal como operadora do bloco Jaspe a ser licitado sob regime de partilha. PETROBRAS ON disparou 8,96%, para a máxima histórica de fechamento de R$ 42,92. No melhor momento, atingiu o topo intradia de R$ 43,12.
  • VALE ON encerrou negociada com um ganho de 1,13%, em dia de alta dos futuros do minério de ferro na China, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, tendo encerrado as negociações do dia com alta de 3,45%.
  • SÃO MARTINHO ON subiu 3,58%, em meio a perspectivas de que incêndios que chegaram a atingir parte do canavial da companhia não devem ter impacto sobre o volume total produzido, uma vez que a empresa deve processar a cana afetada ao longo dos próximos dias. Ao mesmo tempo, a empresa deve beneficiar-se da alta dos preços do açúcar e do álcool, pela menor disponibilidade dos demais produtores.
  • RUMO ON recuou 2,92%, após divulgar atualização da projeção de investimento em 1ª fase da Ferrovia do Mato Grosso (FMT) para entre 3,8 bilhões e R$ 4,3 bilhões. De acordo com a empresa, a projeção, que vale entre julho e dezembro de 2026, considera inclusão de R$ 500 milhões para construção de novo terminal que não estava incluído na estimativa anterior, exclusão de desembolsos realizados até junho e atualização de premissas de construção e econômicas. Analistas do Goldman Sachs consideraram “significativo” o aumento no capex por quilômetro em relação à estimativa anterior.
  • CVC BRASIL ON desabou 8%, em meio a ajustes após forte valorização na última semana, quando acumulou um ganho de 17,8%. No final da sexta-feira, a operadora de turismo divulgou que fundos sob a gestão da WNT reduziram a participação na companhia para o equivalente a 3,34% do capital social.
  • AMERICANAS ON, que não está no Ibovespa, fechou em queda de 16,67%, a R$ 0,05, repetindo a mínima histórica intradia já apurada na sexta-feira. A partir de terça-feira, a ação passa a ser negociada sob grupamento aprovado anteriormente na proporção de 100 por 1. No último pregão antes do anúncio sobre “inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões, em 11 de janeiro de 2023, que desencadeou a crise que fez a companhia pedir recuperação judicial, o papel fechou a R$ 12. (Reportagem distribuída pela Reuters)

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