Finanças

Ibovespa recua com pessimismo renovado em Wall Street, mas BRF dispara 10%

Somando-se às leituras da semana passada, dados do varejo norte-americano acima das expectativas nesta segunda-feira reforçaram a perspectiva de juros altos por mais tempo
Ibovespa recua com pessimismo renovado em Wall Street, mas BRF dispara 10%
Foto: Amanda Perobelli/Reuters

São Paulo – O Ibovespa encerrou em queda nesta segunda-feira, quase perdendo o patamar dos 125 mil pontos no pior momento, seguindo o sinal negativo em Wall Street com “pessimismo renovado” em torno do momento do primeiro corte de juros nos Estados Unidos.

As ações da BRF, no entanto, foram o destaque positivo da sessão, com alta de mais de 10%, enquanto outras processadoras de alimentos como Marfrig e JBS também apresentaram bom desempenho no pregão.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,49%, a 125.333,89 pontos. Na máxima do dia, chegou a 126.250,41 pontos. Na mínima, a 125.033,98 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,2 bilhões.

Para Luís Moran, head da EQI Research, o indicador brasileiro segue sensível ao comportamento das bolsas nos EUA, que recuaram diante de uma fuga dos ativos de risco.

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“É um pessimismo renovado”, afirmou Moran. “Os primeiros resultados que começaram a sair (de bancos e inflação), na sexta-feira principalmente, vieram ruins.”

Somando-se às leituras da semana passada, dados do varejo norte-americano acima das expectativas nesta segunda-feira reforçaram a perspectiva de juros altos por mais tempo, o que elevou os rendimentos do Treasury de dez anos a mais de 4,6%.

Na cena doméstica, o governo propôs uma meta de superávit primário zero para 2025, em uma redução do esforço fiscal anunciado anteriormente, que previa superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.

Análise gráfica do BB para a semana apontou para uma desvalorização do Ibovespa, “diante das questões fiscais domésticas e conjugada à expectativa esperada para ambiente internacional”.

Destaques

  • BRF ON saltou 10,15%, a R$ 17,9, após atingir uma máxima intradia de 18,10 reais, a maior desde abril de 2022, com Goldman Sachs e JPMorgan elevando recomendação da ação para, respectivamente, “neutra” e “overweight”. Analistas do Goldman citaram estrutura de capital e desempenho operacional melhorados da processadora de alimentos. No setor, MARFRIG ON subiu 4,82%, JBS ON avançou 4,21% e MINERVA ON, na contramão, caiu 5,77%.
  • VALE ON subiu 0,58%, a R$ 61,99, uma vez que os preços futuros do minério de ferro fecharam em alta, sustentados por uma evidente redução nos embarques e pela esperança de que a China lance mais estímulos para apoiar sua economia. O contrato de setembro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian avançou 2,18%, a 845,5 iuanes (US$ 116,80) a tonelada.
  • PETROBRAS ON avançou 1,46%, a R$ 40,89, apesar do declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em baixa de 0,39%. Investidores monitoram os desdobramentos em relação aos dividendos extraordinários da estatal. Nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse acreditar que o valor total em caixa da Petrobras é mais do que suficiente para honrar o plano de investimentos da empresa em 2024 e que, atualmente, o governo está melhor informado a respeito do tema após receber novos dados, que podem ser levados em conta na decisão sobre dividendos.
  • ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com queda de 1,69%, a R$ 31,91, enquanto BRADESCO PN caiu 1,48%, a R$ 14,00, estendendo as quedas para o quarto dia seguido. Ainda no setor, BANCO DO BRASIL ON recuou 0,93%, e BTG PACTUAL UNIT perdeu 1,92%.
  • AZUL PN recuou 4,21%, a R$ 10,69, no quarto dia seguido de queda e após uma forte liquidação na sexta-feira.
  • DEXCO ON avançou 2,75%, a R$ 7,48, depois de alcançar alta de mais de 7%, com analistas do Goldman Sachs elevando a recomendação da ação para “compra” e o preço-alvo do papel de R$ 7,50 para R$ 9,50, em meio a uma expectativa de aumento do fluxo de caixa livre da empresa nos próximos anos.
  • MAGAZINE LUIZA ON despencou 7,83%, a R$ 1,53, seu oitavo pregão de queda em dez que ocorreram desde o início de abril, no qual acumula declínio de 15%. Em março, o papel da varejista caiu 15,5%. CASAS BAHIA ON recuou 3,64%.
  • CVC BRASIL ON afundou 9,38%, a R$ 2,03, engatando sétima queda consecutiva e entre as maiores perdas percentuais do Ibovespa na sessão. O papel acumula, até agora, desvalorização mensal de 30%. A empresa anunciou semana passada o início de seu processo de transição de diretor financeiro, com um novo CFO tomando posse a partir de 1º de maio.

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