Ibovespa fecha em queda com Casas Bahia e Magalu entre maiores baixas

São Paulo – O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, com as ações de Casas Bahia e Magazine Luiza entre as maiores baixas, enquanto Embraer voltou a disparar, renovando máximas históricas, conforme persiste o otimismo com a fabricante de aviões.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,88%, a 127.027,1 pontos, acumulando ainda assim um acréscimo de 0,23% na semana. Na máxima do dia, chegou a 128.158,57 pontos. Na mínima, a 126.879,44 pontos. O volume financeiro somou R$ 17,8 bilhões.
No último pregão da semana, investidores do mercado brasileiro também analisaram previsão do governo federal de déficit primário de R$ 9,3 bilhões, dentro da margem de tolerância estabelecida pelo arcabouço fiscal, mas pior do que o previsto no Orçamento (superávit de R$ 9,1 bilhões). A meta fiscal estabelecida para o ano é de déficit zero, com tolerância de 0,25% do PIB, ou cerca de R$ 29 bilhões.
A equipe da Warren Rena destacou que os números apresentados no relatório bimestral de receitas e despesas sinalizam “maior realismo, sem mudança na meta fiscal”. “Ponto para a Fazenda”, avaliou, referindo-se ao ministério comandado por Fernando Haddad, em comentário enviado a clientes.
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Wall Street, por sua vez, teve um desempenho misto, com o S&P 500 fechando com variação negativa de 0,14%, o Dow Jones recuando 0,77% e o Nasdaq subindo 0,16%. Na semana, porém, todos acumularam ganhos — de 2,29%, 1,97% e 2,85%, respectivamente.

Analistas do Itaú BBA avaliam que o fato de o Ibovespa não estar acompanhando o tom mais positivo em mercados no exterior frustra as expectativas de curto prazo e deixa os investidores na defensiva, conforme o relatório de análise técnica Diário do Grafista enviado a clientes nesta sexta-feira.
“E, com isso, seguimos no mesmo cenário das últimas semanas, sem tendência e negociando dentro do intervalo entre 124.800 e 131.700 pontos”, acrescentaram.
Destaques
- CASAS BAHIA ON desabou 12,93%, a R$ 6,80, tendo no radar a divulgação do balanço do último trimestre de 2023 na segunda-feira, após o fechamento do mercado. No setor, MAGAZINE LUIZA ON recuou 3,52%, a R$ 1,92 em meio à conclusão do aporte de R$ 1,25 bilhão por controladores e acionistas minoritários para fortalecer a estrutura de capital da companhia e à proposta de grupamento de ações na proporção de 10 para 1 que será avaliada em assembleia.
- MARFRIG ON fechou em queda de 6,60%, a R$ 9,62, após a National Beef Packing Company, uma das quatro maiores processadoras de carne bovina dos Estados Unidos, controlada pela brasileira, informar que suspendeu a produção em sua fábrica em Liberal, Kansas, pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira.
- B3 ON caiu 3,23%, a R$ 12,00, pesando negativamente no Ibovespa, tendo no radar relatório de analistas do Bradesco BBI cortando a recomendação das ações para “neutra” e reduzindo o preço-alvo de R$ 18 para R$ 14. Eles também diminuíram a previsão para o lucro líquido da empresa de infraestrutura de mercado financeiro neste ano em 10%, a R$ 4,8 bilhões, atribuindo a decisão principalmente a volumes aquém das expectativas.
- EMBRAER ON disparou 7,93%, a R$ 33,35, nova máxima de fechamento, endossada por relatório de analistas do JPMorgan, que reiteraram a recomendação “overweight” para as ações e elevaram o preço-alvo dos papéis de R$ 28,00 para R$ 51,00 – excluindo a contribuição da Eve, fabricante de aeronaves elétricas controlada pela Embraer. O papel já acumula em 2024 uma valorização de 48,95%.
- CEMIG PN valorizou-se 2,40%, a R$ 12,35, após a companhia elétrica reportar lucro líquido de R$ 1,88 bilhão no quarto trimestre, um aumento de 34,1% em relação ao verificado em igual período do ano anterior, puxado por bons desempenhos da distribuidora de energia e da área de comercialização.
- SABESP ON avançou 1,98%, a R$ 80,30, após mostrar alta de 84,7% no lucro líquido no quarto trimestre, para R$ 1,19 bilhão, em um desempenho superior ao esperado pelo mercado sobre o mesmo período de 2022. O presidente-executivo da empresa, André Salcedo, afirmou em teleconferência com analistas que a companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo continua mirando o período de maio a agosto para a oferta de ações que resultará na privatização da empresa.
- VALE ON caiu 1,15%, a R$ 60,95, no segundo dia seguido de queda, após um começo de semana mais positivo, mesmo com mais um dia de alta dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,50%, a 844 iuanes (US$ 116,79) a tonelada, com um aumento semanal de 6,1%.
- PETROBRAS PN fechou em alta de 0,98%, a R$ 36,05, tendo como pano de fundo relatório de analistas do Itaú BBA elevando o preço-alvo das ações de R$ 38 para R$ 43, enquanto reiteraram recomendação “market perform”. No exterior, o barril de petróleo Brent terminou o dia em baixa de 0,4%.
- CPFL ENERGIA ON subiu 0,76%, a R$ 34,67, após divulgar um lucro líquido de R$ 1,33 bilhão para o quarto trimestre de 2023, queda de 3,5% na comparação anual, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou 3,11 bilhões de reais, 18,2% abaixo do registrado um ano antes.
- COGNA ON encerrou com elevação de 3,38%, a R$ 2,45, após um tombo de quase 12% na véspera, quando refletiu a recepção negativa ao prejuízo registrado no último trimestre do ano passado.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,50%, a R$ 33,72, enquanto BRADESCO PN caiu 1,27%, a R$ 13,96.
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