Ibovespa fecha em queda com mercado à espera de medidas fiscais

São Paulo – O Ibovespa fechou com um declínio modesto nesta terça-feira (29), em mais uma sessão de volume financeiro abaixo da média, com agentes financeiros à espera de medidas fiscais prometidas pelo governo, enquanto Santander Brasil recuou mais de 5% após resultado trimestral e visão conservadora para expansão do crédito.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,37%, a 130.729,93 pontos, após avançar a 131.764,7 pontos na máxima e recuar a 130.693,36 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$ 17,12 bilhões, de uma média diária de R$ 23,5 bilhões no ano.
“O mercado aguarda ansiosamente medidas de cortes de gastos para equilibrar as contas públicas”, afirmou Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3, acrescentando, porém, que o mercado está preferindo adotar posições mais cautelosas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que o conjunto de medidas de contenção de gastos a ser apresentado pela área econômica do governo ainda está em análise pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e não há uma data para ser divulgado.
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Haddad e outros integrantes da equipe econômica afirmaram anteriormente que trabalham na elaboração de um pacote para fortalecer o arcabouço fiscal, com um foco principalmente nas despesas, ponto que tem causado desconfiança de analistas sobre a capacidade do governo de honrar seus compromissos fiscais.
No exterior, Wall Street teve um encerramento misto, com o S&P 500 subindo 0,16% e o Nasdaq avançando 0,78%, enquanto o Dow Jones recuou 0,36%, em um pregão volátil, com investidores digerindo uma série de balanços corporativos e aguardando os números da Alphabet.
Destaques
- SANTANDER BRASIL UNIT caiu 5,13%, após balanço do terceiro trimestre, com o CEO afirmando que o banco deve continuar nos próximos trimestres com uma postura conservadora na expansão de sua carteira de crédito, em meio aos esforços do banco para ganhar rentabilidade e diante dos sinais de piora do ambiente macroeconômico do País.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,06%, enquanto BRADESCO PN perdeu 1,45% e BANCO DO BRASIL ON recuou 0,57%.
- VALE ON caiu 0,35%, em dia de baixa dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,77%, a 777,5 iuanes (US$ 108,89) a tonelada.
- PETROBRAS PN recuou 0,22%, com agentes repercutindo dados de produção e vendas da estatal do terceiro trimestre, enquanto a CEO estimou que a produção tem uma tendência de crescimento em 2025 com a entrada em operação de plataformas relevantes já a partir deste ano. No exterior, o barril de petróleo Brent fechou em baixa de 0,42%.
- AZUL PN perdeu 4,58%, após disparar quase 14% na véspera, na esteira de acordo com credores para obter financiamento adicional.
- MARFRIG ON avançou 2,98%, tendo de pano de fundo anúncio da véspera de que recebeu R$ 5,68 bilhões com a conclusão da venda para unidade da Minerva de instalações de abate de bovinos e ovinos na Argentina, Brasil e Chile. O negócio também contemplava ativos do Uruguai, mas esses ativos ainda não tiveram autorização para venda por autoridades do país. MINERVA ON subiu 3,02%. (Reportagem distribuída pela Reuters)
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