Finanças

Ibovespa fecha em queda com piora na percepção fiscal antes de pacote

O volume financeiro somou R$ 26,4 bilhões
Ibovespa fecha em queda com piora na percepção fiscal antes de pacote
Foto: Reprodução Adobe Stock

São Paulo – O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (27), pressionado por preocupações com o cenário fiscal no País, com um pacote de cortes de gastos prometido pelo governo federal há semanas prestes a ser divulgado pela equipe econômica.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,73%, a 127.668,61 pontos, na mínima do pregão, com os negócios também refletindo alguma cautela em razão de feriado nos Estados Unidos na quinta-feira.

O volume financeiro somou R$ 26,4 bilhões.

Nos primeiros negócios, o Ibovespa chegou a 130.282,83 pontos, na máxima da sessão, apoiado pelo avanço de Vale em dia de alta do minério de ferro no exterior.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Ainda no final da manhã, contudo, passou a flertar com o território negativo, em meio a uma abertura mais fraca em Wall Street e um certo cansaço de agentes financeiros em relação à demora para anúncio do pacote fiscal sinalizado para esta semana.

O humor azedou após notícias de que as medidas de cortes de gastos seriam acompanhadas de uma isenção de Imposto de Renda para pessoas que ganham salário de até 5 mil reais por mês.

Questionado por jornalistas, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também afirmou que o pacote, incluirá a taxação de super-ricos e será “completamente diferente” do que vinha sendo ventilado.

A expectativa é de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncie as medidas em um pronunciamento em cadeia de rádio e tevê às 20h30.

“O dia que deveria ser marcado pelo esperado pacote de contenção de despesas, poderá contar também com um aumento considerável nos gastos do governo”, afirmou a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.

“Na dúvida sobre se o anúncio será conjunto ou não, e sobre se o financiamento da isenção do IR será outro além do pacote de gastos, o mercado, claro, se posicionou de forma bastante defensiva”, acrescentou em nota a clientes.

O dólar saltou ante o real nesta quarta-feira e atingiu a maior cotação de fechamento da história, cotado a R$ 5,9141, enquanto as taxas dos contratos de DI dispararam.

No exterior, Wall Street encerrou com os principais índices acionários no vermelho antes do Dia de Ação de Graças, que fechará o mercado acionário norte-americano na quinta-feira e encurtará o pregão da sexta-feira.

A sessão ainda teve relatório de estrategistas do JPMorgan cortando a recomendação para as ações brasileiras para “neutra” ante “overweight”, citando perspectiva de crescimento mais lento na China e de novas altas na taxa Selic, entre outros fatores.

Destaques

  • MAGAZINE LUIZA ON desabou 9,4%, em sessão de ajustes, após três altas seguidas, quando contabilizou um ganho de 16,4%. O movimento teve endosso do forte avanço das taxas dos contratos de DI em razão do noticiário fiscal, que pesou no setor, com o índice de consumo na B3 perdendo 2,92%.
  • LWSA ON fechou em baixa de 9,13%, tendo com pano de fundo relatório do Citi cortando a recomendação da ação de “compra/alto risco” para “neutra/alto risco”, enquanto preço-alvo do papel caiu de 6,9 para R$ 4,9. TOTVS ON, que também sofreu um “downgrade”, caía 1,25%.
  • CYRELA ON recuou 6,77%, também devolvendo parte de ganhos recentes – em três sessões até a terça-feira acumulou uma alta de 5,7% – em dia mais negativo para construtoras, também na esteira do movimento da curva futura de juros, com o índice do setor imobiliário na B3 perdendo 4,72%.
  • NATURA&CO ON avançou 3,06%, ganhando fôlego à tarde após anunciar durante o pregão que chegou a um acordo, em princípio, com credores quirografários da Avon Products e suas afiliadas devedoras, no âmbito do processo de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos.
  • VALE ON subiu 1,22%, apoiada na alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 1,08%, a 792,0 iuans (US$ 109,19) a tonelada.
  • PETROBRAS PN recuou 0,36%, em dia de variações modestas do preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent, usado como referência pela estatal, fechou praticamente estável.
  • ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 2,45%, também minado pela piora na percepção sobre a cena fiscal no país. No setor, BANCO DO BRASIL ON caiu 1,75%, BRADESCO PN recuou 2,7% e SANTANDER BRASIL UNIT cedeu 3,35%. (Reportagem distribuída pela Reuters).

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas