Ibovespa fecha em queda sob pressão de Vale; Localiza salta após balanço

São Paulo – O Ibovespa fechou com uma queda discreta nesta terça-feira (12), com Vale mais uma vez exercendo pressão negativa, enquanto Petrobras atuou como contrapeso, assim como Localiza, que saltou quase 7% após resultado trimestral acima das expectativas de analistas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,14%, a 127.698,32 pontos, tendo marcado 127.411,09 pontos na mínima e 128.209,92 pontos na máxima do dia.
O volume financeiro somou R$ 24,3 bilhões.
A queda das bolsas norte-americanas – combinada com o avanço nos rendimentos dos Treasuries – corroborou a fraqueza do mercado brasileiro, onde agentes financeiros continuam sem novidades sobre um pacote fiscal prometido pelo governo.
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“O mercado continua aguardando as propostas de ajuste fiscal por parte do governo”, disse o sócio e advisor da Blue3 Willian Queiroz, destacando que houve pouca evolução desde a semana passada em termos de apresentação ou detalhes públicos.
“É o principal tema”, reforçou, destacando que essa ausência de novidades ou anúncios tem ajudado a manter a bolsa “lateralizada”.
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, a 11,25% na semana passada, o Banco Central reforçou a defesa da adoção de medidas fiscais pelo governo.
A autoridade monetária destacou que o “esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária”.
De acordo com o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, “o mercado está sem energia, com todo mundo esperando mais clareza sobre o fiscal e ainda digerindo o tom mais duro da ata do Copom“.
Uma bateria de balanços corporativos ainda está prevista após o fechamento do mercado, incluindo os números de CSN, Hapvida, Raízen, SLC Agrícola e IRB(Re).
“Algumas empresas têm conseguido bons resultados ou demonstrado alguma melhora”, afirmou o especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, Anderson Silva.
“Isso atrai a atenção de quem, em meio a todas essas questões (fiscais), ainda busca preencher o percentual da carteira destinado à renda variável com boas empresas, que possam estar descontadas”, afirmou.
Destaques
- VALE ON caiu 2,27%, em dia de desempenho misto dos futuros do minério de ferro na Ásia, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), na China, subiu 0,26%, enquanto o vencimento de referência na Bolsa de Cingapura cedeu 0,02%. A Vale também fechou contratos de gás natural no mercado livre.
- PETROBRAS PN subiu 1,88%, resistindo ao enfraquecimento dos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril de Brent, usado como referência pela estatal, fechou com acréscimo de apenas 0,08%.
- LOCALIZA ON saltou 6,79% após divulgar crescimento de 22% no lucro líquido do terceiro trimestre em relação a mesma etapa do ano passado, para R$ 812 milhões, em resultado acima do esperado, com maior faturamento proveniente do aluguel de carros, gestão de frotas e seminovos. A margem Ebitda consolidada chegou a 72%, de 70,5% um ano antes.
- BTG PACTUAL UNIT fechou em alta de 0,89%, após dia volátil, em meio à análise do lucro líquido ajustado recorde de R$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre, com forte expansão de receitas e ROAE de 23,5%, enquanto CEO apontou expectativa de continuidade no crescimento em 2025. O banco ainda aprovou recompra de até R$ 2 bilhões em units.
- BANCO DO BRASIL ON recuou 0,23% tendo no radar a divulgação do balanço no dia 13, após o fechamento, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,2%, BRADESCO PN perdeu 0,52% e SANTANDER BRASIL UNIT caiu 0,87%
- SÃO MARTINHO ON encerrou em queda de 4,23%, tendo no radar lucro líquido de R$ 187,4 milhões no segundo trimestre da safra 2024/25, 55,2% abaixo do registrado no mesmo período um ano antes. O Ebitda ajustado, por sua vez, subiu 44%, para R$ 943,1 milhões. A São Martinho também divulgou uma atualização de suas projeções para o ciclo atual.
- VAMOS ON cedeu 0,53%, revertendo o avanço da abertura, em meio à análise do resultado do terceiro trimestre, com lucro líquido de R$ 175,1 milhões, alta de 51% ano a ano, e Ebitda de R$ 871 milhões, elevação de 27,6%. O grupo também estimou investimento de R$ 5 bilhões em 2025 após 4,9 bilhões estimados para este ano.
- SABESP ON avançou 3,79% após lucro líquido de R$ 6,1 bilhões no terceiro trimestre, salto de 622% ante o mesmo período de 2023. Desconsiderando efeitos não recorrentes e a margem de construção, o lucro somou R$ 1,17 bilhão. A Sabesp também decidiu descontinuar as projeções de investimento para o período entre 2024 e 2028.
- ITAÚSA PN perdeu 0,66%. O conselho de administração da holding aprovou bonificação de acionistas na proporção de cinco novas ações para cada 100 papéis detidos pelos investidores, em um aumento de capital de R$ 7 bilhões. O anúncio ocorreu junto à divulgação de um lucro líquido recorrente de R$ 3,9 bilhões no terceiro trimestre. (Reportagem distribuída pela Reuters).
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