Finanças

Ibovespa fecha em queda após corte menor da Selic e repercussão de balanços

O índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 1%, a 128.188,34 pontos
Ibovespa fecha em queda após corte menor da Selic e repercussão de balanços
Foto: Reprodução Adobe Stock

São Paulo – O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, em meio ao noticiário corporativo movimentado, com Banco do Brasil caindo mais de 4% após divulgar resultado do primeiro trimestre, enquanto Rede D’Or foi destaque positivo após acordo com o Bradesco para uma nova rede hospitalar.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1%, a 128.188,34 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,67 bilhões.

Investidores também reagiram à decisão do Banco Central na véspera de reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros, promovendo um corte de 0,25 ponto percentual na Selic, para 10,50% ao ano, em decisão dividida, além de abandonar sua indicação sobre o futuro dos juros básicos.

A decisão foi apoiada pelo presidente Roberto Campos Neto e os diretores Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato Gomes. Indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os diretores Ailton de Aquino, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira votaram por uma redução de 0,50 ponto.

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“Isto pode reforçar o debate que já existe no mercado sobre uma possível mudança no perfil do Bacen após o fim do mandato de Roberto Campos Neto”, destacaram economistas da Galapagos Capital, ponderando, contudo, que veem os votos dos diretores guiados “estritamente por avaliações técnicas”.

“Logo a decisão de política monetária continuará sendo definida com base na evolução dos cenários local e internacional”, afirmaram em relatório a clientes.

O movimento do Comitê de Política Monetária (Copom), principalmente o fato de os dissidentes serem todos os diretores nomeados no governo Lula, adicionou prêmio ao longo de toda a curva de DI, o que pressionou as ações, principalmente aquelas de empresas sensíveis a juros.

Destaques

  • BANCO DO BRASIL ON perdeu 4,37%, a despeito da alta de 8,8% no lucro líquido recorrente do banco no primeiro trimestre, para R$ 9,3 bilhões. Executivos do BB disseram que notaram agravamento no risco da carteira de crédito de pequenas e médias empresas e de grandes companhias, mas ressaltaram que a situação está sob controle.
  • ITAÚ UNIBANCO PN recuou 3% e BRADESCO PN encerrou negociada em baixa de 2,54%.
  • 3R PETROLEUM ON fechou em baixa de 6,67%, tendo de pano de fundo balanço do primeiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 229,886 milhões, revertendo resultado positivo um ano antes, pressionado pelo resultado financeiro, que ficou negativo em R$ 765,401 milhões.
  • LOJAS RENNER ON caiu 6,47%, apesar do salto no lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 139,3 milhões, em período marcado por expansão de vendas e margens.
  • ULTRAPAR ON recuou 6,34%, mesmo após reportar lucro líquido de R$ 455 milhões para o primeiro trimestre do ano, avanço de 66% ano a ano, impulsionado por maior Ebitda e menor despesa financeira líquida. No quarto trimestre, porém, a companhia tinha reportado lucro líquido de R$ 1,1 bilhão.
  • COGNA ON caiu 5,65%, após divulgar que encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 50,5 milhões, queda de 57,1% ano a ano, em performance pressionada por aumento de despesas corporativas e itens não recorrentes. Incluindo efeitos relacionados a aquisições, a companhia de educação apurou um prejuízo de R$ 8,512 milhões.
  • AREZZO ON perdeu 4,29%, em meio à análise do balanço do primeiro trimestre, com lucro líquido de R$ 71,6 milhões. Em teleconferência sobre o resultado, a companhia citou dificuldade de vendas em maio diante de calor e desastre no Rio Grande do Sul. GRUPO SOMA ON, que está em processo de fusão com a Arezzo, cedeu 3,94%, após balanço.
  • ELETROBRAS ON terminou com queda de 3,74%, após mostrar lucro líquido de R$ 331 milhões no primeiro trimestre, queda de 19% na comparação anual. A companhia disse que está buscando de diversas formas garantir o recebimento de seus créditos junto à Amazonas Energia, distribuidora que foi privatizada em 2018, mas que ainda traz prejuízos à ex-estatal e acumula uma inadimplência de 10 bilhões de reais.
  • REDE D’OR ON avançou 2,54%, após anúncio de acordo com a Atlântica, controlada indireta do Bradesco, para a criação e atuação conjunta em uma nova rede hospitalar, a Atlântica D’Or. A Rede D’Or terá 50,01% e a Atlântica, 49,99%.
  • VALE ON subiu 0,81%, mesmo com o declínio dos preços do minério de ferro na China. A Justiça Federal indeferiu na véspera pedido da União para que Samarco e suas sócias (Vale e BHP) fossem obrigadas a pagar R$ 79,6 bilhões, em 15 dias, em cumprimento provisório de sentença referente a uma ação movida pelo rompimento de barragem em Mariana, na região Central de Minas Gerais em 2015.
  • PETROBRAS PN valorizou-se 0,97%, apoiada pelo sinal positivo dos preços do petróleo no exterior. O CEO da estatal, Jean Paul Prates, disse na véspera que a Petrobras avalia eventualmente comprar a participação da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem, caso não haja um interessado.

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