Finanças

Ibovespa renova recordes puxado por Petrobras, bancos e fala de Trump sobre Lula

O Ibovespa fechou em alta
Ibovespa renova recordes puxado por Petrobras, bancos e fala de Trump sobre Lula
Ibovespa fechou o mês passado com uma queda de 4,17%, registrando o pior resultado deste ano | Foto: Divulgação B3

O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (23), superando os 147 mil pontos pela primeira vez, em movimento puxado principalmente pelas ações da Petrobras e de bancos, com destaque para Itaú e Banco do Brasil, enquanto, nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou que quer conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,91%, para 146.424,94 pontos, tendo alcançado 147.178,47 pontos no melhor momento, novos topos históricos. No pior momento, registrou 145.106,58 pontos. O volume financeiro somou R$20,5 bilhões.

De acordo com o superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli Siqueira, está havendo uma antecipação de recursos da renda fixa para a renda variável, com investidores mirando a trajetória das taxas de juros nos EUA, principalmente, mas também no Brasil.

“E como o mercado de renda variável encolheu demais, os vendedores diminuíram, acaba prevalecendo a lei da demanda e oferta, o que explica essas oscilações”, acrescentou.

No mercado, as expectativas são de que o Federal Reserve deve promover ainda dois cortes nos juros neste ano, enquanto, para a taxa Selic, as previsões apontam começo de redução em 2026. “A bolsa sempre antecipa”, afirmou Tulli.

Nesta terça-feira, nos primeiros comentários públicos desde que o banco central dos EUA cortou os juros na semana passada, o chair do Fed, Jerome Powell, citou no começo da tarde que há perigo tanto em cortar a taxa muito rápido e arriscar um novo aumento da inflação, quanto em reduzir os juros muito lentamente e possivelmente causar um aumento desnecessário do desemprego.

No Brasil, o Banco Central afirmou na ata da última reunião de política monetária que entrou em um “novo estágio em que opta por manter a taxa inalterada e seguir avaliando se, mantido o nível corrente por período bastante prolongado, tal estratégia será suficiente para a convergência da inflação à meta”.

Divulgada antes da abertura do mercado, a ata refere-se ao encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, quando a Selic foi mantida em 15%.

A bolsa paulista também ganhou um empurrão nesta terça de declarações amigáveis de Trump sobre Lula durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, que acontece em Nova York, com o republicano citando uma possível reunião na próxima semana.

De acordo com o sócio e advisor da Blue3 Investimentos Willian Queiroz, a possibilidade de Trump se aproximar do governo Lula, de uma reunião de conciliação, animou os mercados, dado que as tensões recentes entre ambos os países vinham preocupando investidores.

“O sinal de sentar para uma reunião foi algo que chamou a atenção do mercado e entende-se que é uma chamada…para possíveis negociações”, acrescentou.

O Ibovespa, que já vinha mostrando desempenho positivo, renovou máxima intradia logo após a fala de Trump, ganhando ainda mais fôlego à tarde, quando ultrapassou os 147 mil pontos pela primeira vez, em paralelo ao discurso de Powell. Wall Street, que vem também de máximas, fechou com sinal negativo.

Destaques

– PETROBRAS PN valorizou-se 1,69% e PETROBRAS ON fechou em alta de 2,64%, acompanhando o comportamento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent encerrou o pregão com acréscimo de 1,59%.

– BANCO DO BRASIL ON subiu 2,88%, na véspera de evento com investidores e analistas em Nova York, seguido por ITAÚ UNIBANCO PN, que avançou 1,59%. SANTANDER UNIT fechou com elevação de 1,35%, BTG PACTUAL UNIT ganhou 1,4% e BRADESCO PN subiu 0,62%.

– VALE ON terminou com decréscimo de 0,57%, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou com declínio de 1,23%.

– RD SAÚDE ON subiu 3,92%, retomando o fôlego após três quedas seguidas, período em que acumulou uma perda de 5%. No setor, PAGUE MENOS ON, que não faz parte da carteira teórica do Ibovespa, valorizou-se 2,24%.

– COSAN ON avançou 3,26%, após tombo de 18% na véspera com anúncio de uma capitalização bilionária, que busca otimizar a estrutura de capital e fortalecer a governança do grupo, mas representará uma forte diluição para acionistas. RAÍZEN PN recuou 1,68%.

– MBRF caiu 6,72%, no primeiro pregão após a conclusão da incorporação da BRF pela Marfrig, que cria uma das maiores companhias de alimentos do mundo. Analistas do Itaú BBA destacaram que as sinergias da combinação dos negócios parecem relevantes, mas esperam que investidores adotem uma postura cautelosa até que sejam claramente demonstradas pela companhia.

– YDUQS ON recuou 0,52% após anunciar a saída do vice-presidente de Estácio e Wyden e reconfiguração da estrutura das duas marcas de ensino de forma segmentada por canais de operação com criação das vice-presidências de Operações Próprias e de Operações Parceiras. Ainda, a Unifametro — aquisição recente — obteve 60 vagas de medicina em Fortaleza (CE).

– LOJAS RENNER ON cedeu 2,15%, na contramão da rival C&A ON, que subiu 1,5%. Analistas do Citi abriram um monitoramento de 30 dias para possíveis catalisadores negativos para a ação da Lojas Renner, considerando o potencial de desempenho abaixo do esperado no terceiro trimestre.

Conteúdo distribuído por Reuters

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas