Ibovespa sobe liderado por salto de Casas Bahia após acordo para aliviar caixa
São Paulo – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, marcada pelo salto de mais de 30% das ações da Casas Bahia, após a rede de varejo pedir recuperação extrajudicial, o que analistas viram como um alívio para o caixa e uma oportunidade para a empresa focar no seu plano “transformacional”.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,65%, a 127.351,79 pontos, encerrando na máxima do dia. Na mínima, chegou a 126.466,58 pontos. O volume financeiro somou R$ 17,4 bilhões.
Investidores também aguardam desfecho da reunião de dois dias de política monetária do Federal Reserve na quarta-feira, particularmente sinais sobre os próximos passos do banco central dos Estados Unidos, uma vez que não há previsão da mudança da taxa de juros atual na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano.
Em Wall Street, na expectativa do Fed, a sessão foi de alívio nos rendimentos dos Treasuries de 10 anos, para 4,6115% no final do dia, enquanto o S&P 500 fechou com elevação de 0,32%.
No Brasil, a repercussão das indicações do Fed ficará para a quinta-feira uma vez que a B3 estará fechada no dia 1º em razão do feriado do Dia do Trabalho no país.
“Quaisquer sinalizações sobre um possível afrouxamento das taxas podem gerar um impulso adicional para a bolsa no Brasil, dado que nas últimas semanas o mercado tem precificado um cenário menos favorável ao início do ciclo de cortes na maior economia do mundo”, apontaram analistas do BB Investimentos.
O adiamento nas perspectivas de quando o Fed começará a reduzir o juro tem afastado o capital externo da bolsa paulista, com as vendas por estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro superando as compras em todos os meses de 2024, totalizando R$ 34 bilhões até o último dia 25.
Além da pauta norte-americana, que ainda reserva dados do mercado de trabalho na sexta-feira, a temporada de balanços também ganha fôlego no Brasil nesta semana, com a agenda incluindo os resultados de empresas como Santander Brasil, Bradesco, Gerdau, Iguatemi e WEG.
Destaques
- CASAS BAHIA ON disparou 34,19%, a R$ 7,30, após anunciar na noite de domingo que fez um pedido de recuperação extrajudicial, citando dívidas de R$ 4,1 bilhões e que já conta com apoio do Bradesco e Banco do Brasil, seus principais credores. A companhia disse que o plano não envolve dívidas operacionais com fornecedores e parceiros e não impacta trabalhadores ou clientes. Analistas veem na operação um alívio para o caixa da rede de varejo, bem como uma oportunidade de a empresa focar no seu plano “transformacional”. Após o fechamento do mercado, jornal O Globo noticiou que o pedido da Casas Bahia foi deferido pela Justiça. MAGAZINE LUIZA ON subiu 1,4%.
- HYPERA ON avançou 5,36%, a R$ 30,08, após o grupo farmacêutico divulgar no final da sexta-feira que o lucro líquido das operações continuadas somou R$ 391,5 milhões no trimestre encerrado em março, alta de 15,4% frente ao mesmo período de 2023, enquanto o lucro líquido, por sua vez, subiu 14,6% ano a ano, para R$ 388,9 milhões.
- REDE D’OR ON valorizou-se 2,36%, a R$ 26,46, endossada por relatório do Itaú BBA elevando a recomendação dos papéis para “outperform” ante “market perform”, bem como o preço-alvo de R$ 30,00 para R$ 33,00. HAPVIDA ON mostrou elevação de 1,06%.
- BRASKEM PNA caiu 1,89%, a R$ 22,38, revertendo ganhos registrados em parte da sessão, após divulgar dados de vendas do primeiro trimestre na última sexta-feira, após o fechamento do mercado. No caso das vendas de resinas no Brasil, houve queda de 5% ano a ano. Os números também mostraram que a taxa média de utilização de centrais petroquímicas no país caiu 3 pontos percentuais, para 74%.
- VALE ON subiu 1,85%, a R$ 63,90, mesmo tendo como pano de fundo a queda dos futuros do minério de ferro na China. O noticiário envolvendo a mineradora destacou que a Samarco e suas sócias Vale e BHP apresentaram às autoridades brasileiras uma nova proposta de R$ 127 bilhões relacionada às reparações pelo rompimento da barragem de rejeitos de Mariana em 2015, mas o Ministério Público de Minas Gerais ainda busca um aumento da oferta. A proposta inclui R$ 90 bilhões além dos R$ 37 bilhões já desembolsados.
- PETROBRAS PN encerrou com acréscimo de 1,79%, a R$ 42,15, renovando máxima histórica ao mostrar forte recuperação em abril em meio ao noticiário envolvendo dividendos extraordinários da companhia, depois de ajuste negativo em março pelo mesmo tema. Após a companhia reter remuneração extra no mês passado, a assembleia de acionistas da estatal aprovou R$ 21,9 bilhões em dividendos extraordinários. O desempenho das ações ocorreu mesmo com a queda dos preços do petróleo no exterior. No setor, 3R PETROLEUM ON cedeu 2,43%, PETRORECONCAVO ON caiu 0,93% e PRIO ON apurou uma variação positiva de 0,63%.
- BRADESCO PN subiu 1,30%, a R$ 14,06, tendo no radar a divulgação do balanço do banco na próxima quinta-feira. Antes, porém, Santander Brasil, que abre a safra de balanços de bancos do Ibovespa, ocupa os holofotes na terça-feira. SANTANDER BRASIL UNIT avançou 2,48%. Ainda no setor, ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,78%, a 31,96 reais, e BANCO DO BRASIL ON fechou estável, a R$ 27,55.
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