Finanças

Ibovespa sobe com sinais positivos do Banco Central

Ibovespa sobe com sinais positivos do Banco Central
Foto: Paulo Whitaker/ Reuters

São Paulo – O Ibovespa fechou em alta ontem, acima dos 105 mil pontos, com bancos entre os principais suportes, em sessão marcada por sinais benignos do Banco Central sobre inflação e câmbio no Brasil e noticiário externo misto em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,8%, a 105.319,40 pontos. O volume financeiro da sessão atingiu R$ 13,7 bilhões.

Para o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, a alta encontrou apoio em comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que sinalizou tranquilidade da autoridade monetária em relação à inflação e à alta do dólar.

Campos Neto avaliou que a alta recente do dólar frente ao real não veio acompanhada de elevação do prêmio de risco e pontuou que o importante para o BC é quando há impacto do câmbio nos canais de inflação.

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Também ajudou a bolsa, na visão do analista, a indicação de alinhamento entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, “favorecendo o otimismo com o sucesso na implementação da agenda de reformas”.

O Ibovespa firmou-se no azul após uma manhã sem tendência clara, diante do noticiário misto sobre as negociações entre Estados Unidos e China, que têm adicionado volatilidade.

O governo chinês disse que os dois países estão se preparando para garantirem “progresso positivo” nas negociações em outubro e o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, destacou que movimentos da China nos mercados de commodities têm sido “muito positivos”.

Em paralelo, contudo, a agência Bloomberg noticiou que os EUA não devem prorrogar autorização temporária para que empresas norte-americanas atuem como fornecedoras à chinesa Huawei, que desde maio foi incluída em uma lista negra dos EUA.

Além dos sinais contraditórios nesse tema, o ânimo no pregão brasileiro também encontrou freio em incertezas ligadas aos desdobramentos do pedido de impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump.

Em Wall Street, o S&P 500 cedeu 0,23% e o Dow Jones caiu 0,28%. O Nasdaq perdeu 0,57%.

Destaques – Itaú Unibanco PN subiu 2,88%. Bradesco PN teve alta de 1,44%. Operadores citaram fluxo de estrangeiro nos papéis. No mês, as ações dos maiores bancos privados do País acumulam alta de cerca de 5% cada. Santander Brasil avançou 1,12% na sessão.

Banco do Brasil ON teve acréscimo de 0,37%, um dia após divulgar aval de acionistas para vender até 64 milhões de ações que estão em tesouraria, operação de quase R$ 3 bilhões.

A assembleia ainda aprovou a adesão a uma eventual oferta secundária de ações que estão com FI-FGTS.

BB Seguridade ON subiu 2,07%, após o conselho de administração aprovar proposta para redução de R$ 2,7 bilhões do capital social. Como consequência, os acionistas receberão R$ 1,35 por ação.

Cyrela ON avançou 2,62% e MRV ON ganhou 1,09%, em sessão positiva do setor imobiliário. Dados da Abecip mostraram que o financiamento imobiliário com recursos da poupança atingiu R$ 6,71 bilhões em agosto, alta de 18,4% ante mesmo mês de 2018.

Via Varejo ON subiu 2,88%, tendo de pano de fundo declarações do maior acionista e presidente do conselho de administração da varejista, Michael Klein, de que considera a venda da operação do Extra.com, e reativar operações próprias de crediário usando a infraestrutura digital do BanQi.

BRF caiu 1,43%, em sessão negativa do setor de carnes após altas recentes. Marfrig ON desvalorizou-se 2,76% e JBS ON cedeu 1,2%. No ano, esses papéis acumulam elevação de 80% a 180%.

Embraer ON recuou 2,15%, em meio a receios de atraso na conclusão do acordo com a Boeing, após indicação da União Europeia de que vai iniciar uma avaliação aprofundada sobre a operação na qual a norte-americana assumirá o controle da divisão comercial da fabricante brasileira de aviões.

Câmbio – O dólar à vista teve alta de 0,17%, a R$ 4,1618 na venda. Na B3, o dólar futuro tinha valorização de 0,27%, a R$ 4,1615. Na mínima, a cotação foi a R$ 4,1224 na venda, menor patamar intradia desde 18 de setembro, enquanto na máxima tocou R$ 4,1690. (Reuters)

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