Finanças

Ibovespa tem alta de 0,89% com cenário externo

Ibovespa tem alta de 0,89% com cenário externo
Foto: Paulo Whitaker/ Reuters

São Paulo – A bolsa paulista acompanhou a tendência global positiva ontem e seu principal índice superou os 104 mil pontos, nível que não alcançava desde julho, refletindo a leitura de alívio momentâneo na disputa comercial entre EUA e China.

O Ibovespa subiu 0,89%, a 104.370,91 pontos. O volume financeiro da sessão somou R$ 16,7 bilhões.

A aposta num entendimento entre EUA e China cresceu após os dois lados fazerem concessões antes de negociações na próxima semana, com o presidente dos EUA, Donald Trump, adiando por duas semanas um aumento nas tarifas sobre produtos chineses, após a China isentar alguns medicamentos e outros produtos dos EUA de cobranças de tarifas.

No entanto, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, moderou o otimismo, dizendo à CNBC que Trump está preparado para manter ou até aumentar tarifas sobre as importações chinesas.

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Em Wall Street, o S&P 500 avançou 0,29%, chegando perto de sua máxima histórica.

Na Europa, o BCE reduziu sua taxa de depósito para um recorde de -0,5%, ante -0,4%, e anunciou que reiniciará as compras de títulos a um ritmo de 20 bilhões de euros por mês a partir de novembro, entre outras medidas.

Segundo Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimento, as notícias trouxeram alívio aos mercados, apoiando a procura por ativos de risco, influenciando a bolsa paulista.

Destaques – Vale subiu 3,63%, em meio à alta do minério de ferro na China. A companhia também anunciou oferta para aquisição de até US$ 1 bilhão em valor agregado de principal em bonds com vencimento em 2022, 2026, 2032, 2034, 2036 e 2039.

Embraer avançou 4,4%. A companhia lançou o novo jato comercial E195-E2. O UBS também elevou a recomendação para os ADRs da companhia para ‘compra’, bem como o preço-alvo, de US$ 22 para US$ 23.

Azul PN valorizou-se 5,39%, tendo de pano de fundo o lançamento dos jatos da Embraer, que a empresa começará a usar em outubro em voos entre Campinas e Brasília.

Lojas Renner caiu 1,41%, tendo de pano de fundo o pedido do aval para oferta inicial de ações da rival C&A.

Telefônica Brasil PN e TIM subiram 0,28% e 2,53%, respectivamente, após o Senado aprovar o projeto de lei que reforma o marco legal das telecomunicações no país, que era bastante aguardado pelo setor. Oi ON fechou em queda de 3,31%.

Petrobras PN subiu 0,71% e Petrobras ON avançou 1,22%, apesar da queda do preço do petróleo.

Dólar – O dólar encerrou em leve queda contra o real ontem, sua terceira sessão consecutiva de queda, algo que não acontecia desde meados de julho, em cenário de menor aversão ao risco no exterior com atenções voltadas para guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O dólar à vista teve queda de 0,11%, a R$ 4,0599 na venda. Na mínima da sessão, o dólar chegou a tocar R$ 4,0273, menor nível desde 22 de agosto. Na B3, o dólar futuro recuava 0,25%, a R$ 4,0630.

O dólar operou em queda contra a moeda brasileira durante toda a sessão, com agentes do mercado elevando suas posições em ativos de risco depois de China e EUA fazerem concessões antes das negociações presenciais de outubro e em meio a notícias de que as autoridades norte-americanas estavam considerando um adiamento de tarifas sobre produtos chineses.

Mais tarde, no entanto, a CNBC citou uma autoridade da Casa Branca negando que os Estados Unidos estejam considerando um acordo provisório com a China, reduzindo a queda do dólar contra o real.

O dólar, no entanto, se desvalorizava contra grande parte de suas divisas, com as moedas emergentes pares do real, como lira turca e rand sul-africano, em alta de 1,49% e 0,47% contra o dólar, respectivamente. (Reuters)

C&A prepara oferta inicial de ações

São Paulo – A C&A, uma das maiores varejistas de moda no País, pediu aval para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), ampliando a fila de empresas que estão correndo para listar na bolsa local a fim de evitar disputar o bolso de investidores com uma série de privatizações previstas para os próximos meses.

Segundo o prospecto preliminar da operação, os recursos da tranche primária – ações novas, cujos recursos da venda vão para o caixa da empresa – serão usados para pagar empréstimos intracompany e para expansão orgânica.

No documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a C&A detalha seu plano de expansão, que inclui a detecção de 159 possíveis locais para abertura de lojas.

A C&A também pretende melhorar a plataforma de comércio eletrônico e as ofertas de produtos financeiros, abrir mais um centro de distribuição para apoiar esse plano de crescimento, além de buscar aquisições.

A família Brenninkmeijer, dos irmãos Clemens e August cujas iniciais deram origem à marca na Holanda em 1861, será acionista vendedora na oferta secundária. O lote secundário será feito por meio da Cofra Investments e Incas SA, ambos veículos de investimentos com sede em Luxemburgo e controlados pela família fundadora.

A C&A está no Brasil desde 1976, quando abriu sua primeira loja no shopping paulistano Ibirapuera. Atualmente, a companhia tem 282 unidades físicas no País e se apresenta como a segunda maior em termos de receita líquida dentre as varejistas de moda no Brasil listadas na B3.

A companhia afirma no prospecto que teve receita líquida de R$ 5,17 bilhões no ano passado, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior. Já o lucro líquido do ano passado somou R$ 173,6 milhões, um salto de 79,2% sobre 2017.

A oferta será coordenada por Morgan Stanley, Bradesco, BBI, BTG Pactual, Citi, Santander e XP Investments, segundo o documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O pedido de registro da C&A amplia a fila de empresas de vários setores que estão correndo para listar suas ações na bolsa paulista nos próximos meses, enquanto o governo federal se prepara para levar ao mercado de ações diversas estatais, incluindo braços da Caixa Econômica Federal, além de fatia na Eletrobras.

A lista de ofertas iniciais de ações em análise na CVM inclui a da rede de joalherias Vivara, a do Banco BMG e a da Iguá Saneamento. A Cyrela Commercial Properties, braço de imóveis comerciais da construtora Cyrela , também pediu registro para uma oferta primária subsequente.

Neste ano, já abriram o capital na B3 a SBF, dona da rede de lojas de artigos esportivos Centauro, e a elétrica Neoenergia. Houve também ofertas subsequentes de ações da Petrobras, da rede de postos de combustíveis BR Distribuidora e da Linx. (Reuters)

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