Finanças

Ibovespa volta a flertar com 143 mil pontos em alta puxada por Petrobras e BB

O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira
Ibovespa volta a flertar com 143 mil pontos em alta puxada por Petrobras e BB
Foto: Reuters/Carla Carniel

O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (10), com as ações de Petrobras e Banco do Brasil entre os principais suportes, mas distante da máxima do pregão, quando voltou a ultrapassar 143 mil pontos, tendo os papéis da Embraer entre as maiores pressões negativas, mesmo após anúncio de pedido firme de 50 jatos.

Investidores também repercutiram a primeira deflação registrada pelo IPCA em um ano, embora a queda tenha sido um pouco menor do que economistas previam e a composição trouxe algumas preocupações sobre o cenário à frente, bem como continuaram atentos ao noticiário de Brasília.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,52%, a 142.348,70 pontos, após alcançar 143.181,59 na máxima do dia, perto do recorde intradia de 143.408,64 pontos, registrado no último dia 5. Na mínima, atingiu 141.611,77 pontos.

O volume financeiro somou R$ 18,8 bilhões, mais uma vez abaixo da média diária do ano de R$ 23,7 bilhões. Em setembro, essa média está em R$ 18,2 bilhões, o que sugere, apesar das máximas registradas no mês, agentes ainda cautelosos para assumir posições agressivas na bolsa.

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O fluxo de capital externo também está negativo nos primeiros pregões de setembro, com as vendas superando as compras em R$ 1,2 bilhão até o dia 8.

Na agenda do dia, o IPCA recuou 0,11% em agosto, após alta de 0,26% em julho, segundo o IBGE, refletindo redução pontual nos custos da energia elétrica e da aceleração na queda dos preços de alimentos e dos combustíveis. Em 12 meses, a inflação desacelerou para 5,13%, de 5,23% em julho.

Estimativas compiladas pela Reuters apontavam deflação de 0,15% em agosto e alta de 5,09% em 12 meses.

Economistas do Bank of America avaliaram que composição do IPCA não foi animadora para a perspectiva da inflação, mas reiteraram previsão de IPCA em 5% em 2025 e em 4% em 2026, bem como que o Banco Central deve começar a cortar a Selic em dezembro deste ano, com uma redução de 0,50 ponto percentual.

Em Brasília, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, indicou nesta quarta-feira que irá absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito no julgamento realizado pela Primeira Turma da Corte.

Na véspera, no primeiro dia da leitura de votos dos ministros da turma, os ministros Alexandre de Moraes, relator da ação, e Flávio Dino haviam votado para punir o ex-presidente e os demais envolvidos na ação.

Nos EUA, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, renovou máximas, fechando com elevação de 0,3%, em pregão marcado por dados de inflação que reforçaram a tendência de corte de juros pelo Federal Reserve e salto das ações da Oracle.

Destaques

– BANCO DO BRASIL ON valorizou-se 3,04%, melhor desempenho entre os bancos do Ibovespa, em parte ainda sob efeito de medidas anunciadas na semana passada para aliviar dívida de produtores rurais. A ação, porém, continua distante das máximas do ano registradas em maio – fechou negociada a R$ 22,05 nesta sessão, de cerca de R$ 29 em maio. ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,08% e SANTANDER BRASIL UNIT apurou ganho de 0,14%, enquanto BRADESCO PN encerrou com declínio de 0,71%.

– PETROBRAS PN avançou 1,81% e PETROBRAS ON subiu 2,56%, endossadas pelo comportamento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent fechou com elevação de 1,7%. Investidores continuaram especulando sobre eventuais mudanças no plano de negócios da companhia, que pode ser divulgado em novembro. No setor, PRIO ON valorizou-ze 1,46%, mas BRAVA ON cedeu 0,05% e PETRORECONCAVO ON caiu 1,13%.

– EMBRAER ON fechou em queda de 1,6%, após avançaram mais de 3% no final da manhã, para a nova máxima histórica intradia de R$84,07. A sessão foi marcada por anúncio de pedido firme de 50 jatos E195-E2, uma encomenda avaliada em cerca de US$ 4,4 bilhões a preços de tabela dos aviões. Desde a sinalização pela companhia sobre o anúncio até a máxima desta sessão, os papéis tinham subiram mais de 8%.

– VALE ON teve alta 0,69%, após anunciar um investimento menor no segmento de metais para transição energética em 2025 ante o previsto inicialmente. O presidente da mineradora afirmou que a redução no investimento se deve à maior eficiência na aplicação dos recursos nos mesmos projetos. Na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado em Dalian encerrou as negociações do dia com acréscimo de 0,25%.

– MAGAZINE LUIZA ON fechou em alta de 3,7%, ampliando a trajetória positiva em setembro, tendo um pouco mais acima C&A Modas, que avançou 4,8%. O índice de consumo da B3, que ainda inclui papéis de empresas de educação, construtoras, grupos de saúde, varejo alimentar, entre outras, terminou a sessão com elevação de 0,74%.

– MRV&CO ON recuou 4,83%, no segundo pregão com sinal negativo, após seis altas consecutivas, período em que acumulou uma valorização de mais de 7%. O índice do setor imobiliário da B3, que também tem na composição papéis de empresas de shopping centers, além de construtoras, encerrou a quarta-feira com elevação de 0,65%.

– BRASKEM PN caiu 3,69%, no segundo pregão seguido de queda. Analistas do BofA afirmaram que seu monitor para o desempenho dos principais spreads petroquímicos de empresas sob cobertura do banco na América Latina mostrou um mercado fraco em agosto, registrando compressão de spreads em quase todos os produtos monitorados e tendências de curto prazo pouco animadoras.

Conteúdo distribuído por Reuters

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