IDEIAS | Inovar é o caminho para ter sucesso no mercado de fintechs

Diogo Cuoco *
Com o propósito de resolver uma série de problemas do mercado financeiro de forma rápida e com menos burocracia, as fintechs parecem mesmo ter caído nas graças dos brasileiros. Prova disso é que, em 2020, essas startups tiveram um crescimento de 34% em relação ao ano anterior, somando mais de 504 empreendimentos desse tipo, de acordo com o Mapa de Fintechs do Brasil.
O sucesso é tanto que o fluxo de capital injetado no setor acompanhou o boom: dos US$ 2,6 bilhões investidos no mundo inteiro, fomos o país que mais recebeu recursos para o investimento nesse tipo de startup. Ao todo, foram recebidos US$ 1,3 bilhão, configurando um aumento de 130% do total de montante aportado. Também por aqui, as fintechs receberam as transações mais valiosas do mercado dentre todas as startups, segundo uma pesquisa realizada pela Finnovating.
Diante desses números e da quantidade de companhias que passaram a oferecer serviços similares, acredito que são grandes as chances do mercado começar a ficar saturado, o que poderá fazer com que muitos negócios acabem morrendo na praia. A pergunta que fica então é: Como ser bem-sucedido em um setor tão lucrativo como o financeiro, mas que já começa a dar sinais de cansaço? Acredito que o segredo está em uma frase que, apesar de parecer clichê, condiz com a realidade: Pense fora da caixa!
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Como um empreendedor inserido neste segmento há algum tempo, entendo que o caminho deve ser inovar e fugir de iniciativas consideradas “mais do mesmo”. Como? Eu costumo dizer que, a partir de agora, o sucesso está nas “Techfin´s” e não mais nas “Fintechs”. Embora ambos formatos apresentem a tecnologia no DNA, o que difere uma da outra é o foco do negócio. Enquanto nesta última o ponto central é o mercado em que a solução está inserida (aqui, o financeiro), na primeira o fator principal é inovação tecnológica.
E na verdade, isso não quer dizer, necessariamente, que é preciso criar um produto mirabolante, que tenha uma tecnologia proprietária, muito disruptiva. Se você tiver essa ideia, ótimo, você terá um grande produto nas mãos. Mas também é possível investir em uma solução simplista, mas com tecnologia aplicada de forma inteligente, estratégica, muito racional.
Em suma, nesse caso, podemos dizer que os problemas, ou seja, as necessidades dos clientes são as mesmas. O que muda é o modelo de negócios, que precisa ser cada vez mais inovador, e as formas de distribuir esse produto.
Nesse caso, a personalização do produto com a ajuda tecnológica, além do investimento em analytics, análise de dados, mapeamento de hábitos e comportamento do consumidor podem se tornar ferramentas essenciais para o negócio. Em paralelo, soluções baseadas em machine learning e inteligência artificial também serão fortes candidatas a se destacar no mercado.
Finalmente, compreendo que, apesar de dar sinais de saturação em alguns setores, os novos tempos nos trazem boas notícias: o mundo não para de mudar e enxergo que essas mudanças são um importante vetor para o surgimento de novos problemas financeiros que precisarão ser resolvidos e, por consequência, um catalisador para novas ideias e formatos nesse mercado. Por isso, fuja das soluções que já existem, pense em algo novo e lembre-se: tecnologia em primeiro lugar!
*Founder e CEO da Taki Pagamentos, startup credenciada do Denatran
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