IGP-10 recua 0,9% em setembro, aponta a FGV

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,90% em setembro. No mês anterior, o índice havia registrado variação de -0,69%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 7,45% no ano e de 8,24% em 12 meses. Em setembro de 2021, o índice caíra 0,37% no mês e acumulava elevação de 26,84% em 12 meses. Os dados foram divulgados na sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV)
“Os combustíveis continuam contribuindo para o arrefecimento das pressões inflacionárias no âmbito do produtor e do consumidor. No IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), a taxa de variação do Diesel passou de 2,28% para -6,70%, sendo a principal influência negativa. No IPC (Índice de Preços ao Consumidor), a taxa de variação da gasolina caiu menos (de -16,88% para -9,66%), mas manteve-se como maior influência negativa”, afirma o coordenador dos Índices de Preços da FGV, André Braz.
O IPA caiu 1,18% em setembro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de -0,65%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de -0,27% em agosto para -0,52% em setembro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -3,16% para -7,88%. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,18% em setembro. No mês anterior, a taxa foi de 0,09%.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 0,19% em agosto para -1,72% em setembro. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 1,74% para -6,94%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,46% em setembro, ante queda de 0,18% no mês anterior.
O índice do grupo Matérias-Primas Brutas passou de -1,90% em agosto para -1,17% em setembro. As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo partiram dos seguintes itens: minério de ferro (-11,09% para -4,48%), milho em grão (-4,02% para 1,28%) e algodão em caroço (-10,53% para 4,32%). Em sentido descendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: leite in natura (14,45% para -0,18%), bovinos (0,62% para -4,10%) e cana-de-açúcar (0,31% para -1,30%).
IPC
O IPC variou -0,14% em setembro. Em agosto, o índice caíra 1,56%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (-5,75% para 4,00%), Transportes (-5,71% para -2,97%), Habitação (-0,52% para 0,08%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,57% para 0,83%) e Vestuário (0,44% para 0,68%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-28,95% para 25,14%), gasolina (-16,88% para -9,66%), tarifa de eletricidade residencial (-4,14% para -1,54%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,36% para 1,65%) e roupas (0,36% para 0,80%).
Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,99% para -0,24%), Comunicação (-0,31% para -0,88%) e Despesas Diversas (0,32% para 0,15%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: laticínios (10,03% para -1,24%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,39% para -0,43%) e cigarros (2,65% para 1,48%).
INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou -0,02% em setembro. No mês anterior a taxa foi de 0,74%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de agosto para setembro: Materiais e Equipamentos (0,34% para -0,32%), Serviços (0,60% para 0,44%) e Mão de Obra (1,13% para 0,17%).
Clima traz riscos para a América Latina
Cidade do México – A América Latina e o Caribe enfrentam riscos múltiplos e cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas, afirmou a agência de classificação de risco Moody’s Investors Service na quinta-feira (15), apontando riscos mais altos para os setores de energia, mineração e agropecuária.
Os perigos incluem aumento do nível do mar, incêndios sem precedentes, secas, inundações e condições climáticas extremas, com perigos “para a qualidade do crédito em várias regiões geográficas e setores”, disse a Moody’s.
A agência acrescentou em um relatório que riscos episódicos, como furacões, incêndios florestais e inundações, podem ser graves, concentrados e, às vezes, prejudiciais imediatamente à lucratividade e ao fluxo de caixa e, portanto, às classificações.
No Brasil, as mudanças climáticas estão ameaçando a perda de safra e a produtividade, enquanto as mudanças nas chuvas, ondas de calor e secas estão prejudicando a produção e o comércio de grãos na Argentina, acrescentou o relatório.
As principais zonas agrícolas da Argentina estão enfrentando as condições mais secas em cerca de 30 anos, disseram especialistas em agricultura e clima, aumentando os temores sobre uma nova “grande seca” e paralisando o plantio de milho no terceiro maior exportador mundial do grão.
Os produtores agrícolas do México são suscetíveis a eventos climáticos que afetam a colheita de milho, a maior safra do país, enquanto o estresse hídrico está complicando as operações de mineração, agricultura e hidrelétricas do Chile, disse a Moody’s.
Outras indústrias de uso intensivo de água, como produtores de bebidas, enfrentarão custos mais altos devido à crescente escassez de água e secas.
No Peru, as inundações e o aumento do nível do mar representam ameaças diretas aos setores de pesca, proteína animal e agricultura do país andino, enquanto seu setor de mineração enfrenta algum risco de concentração geográfica, disse a Moody’s. (Reuters)
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