Finanças

Inadimplência deve ficar estável em 2025, diz o Bradesco

Calotes poderão até diminuir em função das mudanças realizadas na política de crédito da segunda maior instituição financeira do País nos últimos meses
Inadimplência deve ficar estável em 2025, diz o Bradesco
O Bradesco tende a continuar o processo de ajuste no próximo ano, após fechar aproximadamente 1 mil agências nos primeiros nove meses de 2024 | Crédito: Diário do Comércio / Arquivo / Alessandro Carvalho

São Paulo – O nível de inadimplência em 2025 deve se manter “relativamente estável”, apesar do ciclo de alta de juros, afirmaram nesta terça-feira (3) executivos do Bradesco, citando que os calotes podem até recuar diante das mudanças realizadas nos últimos meses na política de crédito do segundo maior banco privado do País.

O Bradesco, que há cerca de um ano trocou a administração executiva depois que a taxa de inadimplência e nível de provisões para crédito atingiram um auge, voltou a elevar carteira de empréstimos em 2024, mostrando nível de calotes em queda. “Eu ainda estou com o cenário prospectivo positivo para o ano que vem. A economia vai balançar, mas no final das contas vai ter equilíbrio”, disse o vice-presidente financeiro do Bradesco, Cassiano Scarpelli, em evento de fim de ano com jornalistas, realizado nesta terça-feira.

O CFO do banco citou um eventual efeito nocivo de uma taxa de juros muito elevada, principalmente no segmento de pessoa jurídica, mas minimizou potenciais efeitos de uma tributação maior para rendas mais elevadas, apresentada pelo governo federal na semana passada, destacando o juro ainda elevado em algumas aplicações financeiras no País.

“Foi uma carteira (de crédito) muito conservadora, muito boa no último ano mesmo”, disse o executivo, ressaltando que se houver um viés para a inadimplência em 2025, ele será “para baixo” pelo trabalho de melhoria da qualidade das carteiras de crédito realizado nos últimos meses.

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A expectativa, segundo o executivo, é que o Bradesco siga mostrando uma melhoria nos resultados do banco nos próximos trimestres. O executivo também destacou que o Bradesco deve continuar com o ajuste de “footprint” no próximo ano, após reduzir o número de agências em cerca de 1 mil pontos nos primeiros nove meses do ano. “Não sei se vai ser nesse mesmo nível, mas vai ser relevante”, avaliou.

O presidente-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, ainda chamou a atenção para o desempenho do retorno sobre o patrimônio (ROE) do banco, que “vem aumentando trimestre a trimestre” e seguirá nessa “trajetória nos próximos trimestres também”.

“Cobertura nacional”

Segundo o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, apesar do enxugamento na rede de agências, o banco continuará tendo uma “vocação, já de muitas décadas, de ter cobertura nacional”.

O presidente-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, ressaltou que o banco teve entregas importantes neste ano e reforçou que seguirá trabalhando para entregar um banco cada vez mais competitivo no curto e no longo prazos.

Entre os tópicos que marcaram o ano, o executivo destacou que a carteira de crédito, que teve contração em 2023, voltou a crescer em 2024 “com uma qualidade que eu considero uma excelente qualidade de carteira, tanto na pessoa física quanto na pessoa jurídica”.

Reportagem distribuída pela Reuters

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