Índice Futuro de Ouro B3 é lançado pela Bolsa de Valores

São Paulo – A B3 lançou nesta terça-feira (21) o Índice Futuro de Ouro B3 (IFGOLD B3) para refletir o preço do metal precioso. O novo indicador vai acompanhar o desempenho do contrato futuro de ouro e, segundo a Bolsa de Valores brasileira, visa medir de forma precisa o retorno dos investimentos na commodity, em meio a recordes no preço internacional.
“Este índice fornecerá uma ferramenta eficaz para quem busca estratégias baseadas na exposição ao ouro, com segurança e transparência”, diz o gerente da B3, Hênio Scheidt.
Segundo ele, o índice foi criado para atender à crescente demanda de investidores institucionais e pessoas físicas por exposição ao ativo.
O contrato futuro de ouro foi disponibilizado em julho deste ano e, em setembro, registrou um recorde de volume diário negociado, com 6.586 mil contratos no dia 8.
Na prática, o IFGOLD acompanhará o desempenho de uma carteira teórica composta pelo primeiro vencimento do contrato futuro de ouro (GLD). O cálculo do retorno total desse contrato ocorre diariamente, considerando a valorização dos preços.
Entre os critérios para a composição do indicador estão a escolha dos contratos com maior liquidez e a sua renovação automática antes do vencimento, para garantir que o índice reflita com precisão o mercado de futuros de ouro.
O IFGOLD B3 é o 12º indicador lançado pela Bolsa de Valores brasileira neste ano. Os índices possibilitam a criação de produtos derivados, como os ETFs (fundos de índice).
“Isso facilita que investidores de varejo tenham mais uma opção de acesso à variação do metal, de forma rápida e fácil”, afirma Hênio Scheidt.
A aquisição de ouro é feita por corretoras, independentemente do tipo de instrumento. Lucros com investimento são isentos de Imposto de Renda (IR (até R$ 20 mil; depois, o tributo é de 15% do ganho
Há várias formas de investir no metal. Um deles é a compra de ouro em si, em grandes bancos ou na B3, ou pela compra de papéis que estão atrelados à cotação do ouro ou replicam índices globais do metal.
Na B3, além do GLD, há ETFs (fundos de índice) atrelados ao metal, como o GOLD11 e o GLDX11 e os internacionais, BIAU39 e ABGD39. Eles são negociados da mesma forma que ações, e replicam o desempenho do preço do ouro em reais.
Como o preço do ativo está na máxima, outra alternativa são as ações de mineradoras de ouro, como a Aura Minerals (AURA33) e a Newmont (N1EM34).
O ouro é uma commodity, ou seja, uma mercadoria transacionada internacionalmente, com preços uniformes nesse mercado global.
Os investimentos em contrato de ouro seguem a cotação internacional da onça troy (31,1035 gramas) na Bolsa de Chicago, em dólares. Uma onça-troy equivale a 31,10349 gramas, e um quilograma tem 32,15 onças-troy.
As compras de ouro via bancos e corretoras podem ser feitas por aplicativo, telefone ou diretamente nas agências. Não é preciso nenhuma condição especial para negociar o ativo.
Reportagem distribuída pela Folhapress
Cotação do metal precioso registra uma queda acentuada
O ouro encerrou a sessão desta terça com queda acentuada, em movimento de correção de ganhos, enquanto um dólar mais forte também pressionou o metal. A prata também encerrou o pregão em baixa. De acordo com a Dow Jones Market Data, é a primeira vez em 12 anos que o ouro caiu mais de 5%.
Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para dezembro fechou em queda de 5,74%, a US$ 4.109,1 por onça-troy. A prata encerrou em baixa de 7,16%, a US$ 47,704 por onça-troy.
A queda pode ter sido causada por uma avaliação exagerada nos valores do ouro, avalia o XTB. O metal vinha registrando ganhos consecutivos nos últimas semanas, atingindo recordes de preços. Ainda segundo o XTB, a possibilidade de que os dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados na próxima sexta-feira (24), fiquem abaixo do esperado, também pesou sobre o ouro.
Além disso, analistas do Citi Research veem uma diminuição no prêmio de risco como um dos fatores que contribuem com a queda, com a perspectiva do encerramento da paralisação das atividades do governo norte-americano e do anúncio de um acordo comercial entre os EUA e a China. Investidores também acompanham relatos de que países europeus preparam uma proposta para acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
O Citi destacou que o ouro teve queda de 4,7 desvios padrão nesta terça-feira. O comportamento é um evento estatisticamente muito raro e extremo. A instituição disse que havia alertado para o fato de os preços do ouro estarem esticados, negociados a 20% acima da média móvel de 200 dias, o que funcionou como um indicador de topo/consolidação em ciclos anteriores. O banco disse que encerrou a posição comprada no metal.
Reportagem distribuída pela Estadão Conteúdo
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