Finanças

Indícios de uma nova bolha financeira?

Indícios de uma nova bolha financeira?
Crédito: Divulgação

Ninguém gosta de falar sobre bolhas financeiras, as pessoas preferem estar erradas coletivamente do que assumir uma posição individual que pode levar a críticas. Em finanças, analisamos os números de forma desapaixonada, interpretando os índices econômicos atuais com as projeções futuras, verificando também o que aconteceu historicamente.

Na crise de 2000, tivemos uma expansão sem precedentes de empresas de tecnologia, todos “surfaram” na onda das ações em crescimento sem analisar corretamente os riscos. A crise do Subprime em 2008, todos os bancos dos EUA “empacotaram” os financiamentos imobiliários e venderam no mercado em escala global com a classificação das agências de risco AAA. Quando a crise estourou, descobrimos que não existia um controle de empréstimos e novamente os investidores “surfaram” na alta dos preços das ações sem fundamentos. Em 2020, a crise não foi financeira e sim sanitária, o impacto na economia foi gigantesco, governos tiveram que atuar com injeção de recursos para garantir a liquidez de crédito.

Todas as crises foram precedidas de importantes indicadores:

 1 – Forte injeção de recursos dos bancos centrais para garantir a liquidez na economia;

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


2 – Taxas de juros próximas a zero ou até negativas em economias desenvolvidas com o objetivo manter e incentivar os investimentos;

3- Recorde histórico na cotação das ações, levando a uma percepção de crescimento constante do mercado e afrouxamento da gestão de riscos pelos investidores.

Desde 2020 temos observado a injeção de liquidez pelos bancos centrais ao redor do mundo, os investidores estão assumindo cada vez mais riscos, os juros estão negativos nos países desenvolvidos e estamos observando as Bolsas de valores mundiais batendo recordes. Em algum momento o mercado fará a pergunta de um milhão de dólares: “Esses preços das ações realmente refletem os fundamentos da economia real ou estamos precificando os preços dos ativos de forma irracional?” Estas perguntas foram feitas no ano de 1929, 1987, 2000 e 2008. Sabemos qual foi a resposta e o que aconteceu posteriormente.

Vários “Pesos pesados” do mercado estão avisando sobre o risco de uma bolha financeira. Nouriel Roubini, que previu a crise de 2008, e o bilionário Ray Dalio, fundador da maior gestora de hedge funds do mundo, já declararam que existe fortes indícios de uma nova bolha financeira. Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo, criou o índice Warren Buffett, o indicador considera se as ações estão caras ou baratas. Em 2021, os preços dos ativos continuavam em seu maior valor histórico. Estamos perto de o mercado fazer a pergunta de um milhão de dólares.

Uma crise financeira é igual a um tsunami, o mar recua e todos acham que está tudo bem, de repente, lá no fundo, todos veem uma onda gigante, mas como ninguém sabe fazer as leituras corretas, ficam se preguntando o que é isso, até que chega a onda e não dá mais tempo de correr. Quando diz respeito ao passado, todo mundo fica mais inteligente, temos mesmo é que olhar para o futuro e nos prepararmos.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas