Finanças

Instituições financeiras negociaram R$ 68,6 bilhões em ações

Valor foi movimentado entre janeiro e junho deste ano e representa crescimento de 16% na comparação com o mesmo intervalo de 2024
Instituições financeiras negociaram R$ 68,6 bilhões em ações
No primeiro semestre de 2025, a Vale, Petrobras e Banco do Brasil lideraram as negociações de ações na bolsa de valores, representando 22% da movimentação | Foto: Divulgação B3

As instituições financeiras negociaram R$ 68,6 bilhões em ações na B3 entre janeiro e junho de 2025, segundo levantamento exclusivo do DataWise+, solução da B3 e da Neoway, que utiliza metodologias próprias para a classificação dos perfis de investidores. O resultado representa um aumento de 16% entre o início e o fim do primeiro semestre de 2025.

Os dados mostram que, no primeiro semestre de 2025, a Vale, Petrobras e Banco do Brasil lideraram as negociações. Juntas, as três empresas representam 22% do volume total de ações negociadas. Na sequência das mais negociadas, aparecem B3 (B3SA3), Itaú (ITUB4), Localiza (RENT3), Bradesco (BBDC4), RD Saúde (RADL3), Banco BTG Pactual (BPAC11) e Suzano (SUZB3).

“Neste período, o mercado brasileiro começou a dar sinais de recuperação da confiança. Isso se reflete na alta do volume de ações movimentada e a composição do ranking mostra um apetite por setores de commodities, financeiro e infraestrutura”, afirma o head da unidade de negócios de Mercado de Capitais da Neoway, Diego Araújo.

Boi gordo

A B3 divulgou ainda que registrou em julho crescimento recorde na negociação de derivativos de boi gordo. O volume financeiro total negociado, somando contratos futuros, opções e rolagens, alcançou R$ 19,6 bilhões, alta superior a 300% em relação aos R$ 4,6 bilhões registrados no mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, o montante soma R$ 88 bilhões.

O avanço também se refletiu no estoque de contratos em aberto, indicador que evidencia o interesse e o compromisso de longo prazo dos participantes. Até julho de 2025, estavam em aberto 176 mil contratos, crescimento de 61% frente aos 109 mil registrados um ano antes. Ainda segundo a B3, o volume médio diário de negociação foi de 13,5 mil contratos, divididos em cerca de 60% de futuros e 40% de opções.

A maior liquidez foi impulsionada por uma série de mudanças implementadas pela bolsa. Entre elas, a adoção de um novo indicador de liquidação calculado pela Datagro; a possibilidade de abrir opções com vencimento no mesmo dia (D0); a redução da margem de garantia exigida para contratos futuros; o aumento dos limites de posição para opções; e a incorporação da funcionalidade implied, que conecta os livros de ofertas dos futuros com o de rolagem. O objetivo é reduzir custos de execução e melhorar os spreads para os clientes que buscam transferir posições entre diferentes vencimentos.

O perfil diversificado dos participantes mostra que a evolução do mercado beneficiou várias estratégias. Em julho, pessoas físicas responderam por quase metade (46,5%) dos contratos negociados. Em seguida vieram investidores internacionais (24,1%), empresas do agronegócio (15,0%), instituições financeiras (9,0%) e investidores institucionais (5,4%).

A head de Produtos de Commodities da B3, MarielleBrugnari, destacou que os números refletem a sinergia entre o mercado de capitais e o agronegócio. “Atingimos um novo patamar de liquidez e profundidade no mercado de boi gordo, o que, na prática, significa um ambiente mais eficiente tanto para investidores que buscam ganhos no curto prazo com a volatilidade da commodity quanto como ferramenta de gestão de risco para investidores institucionais e toda a cadeia pecuarista, incluindo produtores e frigoríficos, que passam a ter cada vez mais previsibilidade financeira em suas operações. Esse crescimento é fruto de um diálogo contínuo entre a B3 e o mercado, com o objetivo de implementar melhorias que geram oportunidades reais”, afirmou.

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