Finanças

IPCA-15 avança 0,10% em junho na Grande BH, informa o IBGE

Índice foi impulsionado pela tarifa de energia
IPCA-15 avança 0,10% em junho na Grande BH, informa o IBGE
Foto: REUTERS/Adriano Machado

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) avançou 0,10% em junho na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A alta do grupo de Habitação (2,07%) impactou o índice geral da RMBH, que apresentou o terceiro maior resultado mensal entre as 11 áreas pesquisadas. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o professor de Economia, de Gestão e Negócios do Uni-BH, Fernando Sette Júnior, existe uma tendência de queda da inflação. Porém, o arrefecimento pode ser afetado pela retomada da cobrança de impostos sobre os combustíveis. Após a retomada de tributos estaduais neste mês, em julho, voltará a incidir impostos federais.

“Devemos ter uma leve alta futuramente em função dos impostos de combustíveis. Tanto os estaduais quanto os federais estão retornando. E isso deve fazer com que a gente não tenha uma desaceleração tão forte quanto a que estamos acompanhando”, avalia.

Para a professora de economia da Una, Vaniria Ferrari, a expectativa do Banco Central é de redução da inflação causada por aumento no preço dos insumos e, consequentemente, do produto final. “Alguns aumentos já ocorreram neste semestre, o que aponta para uma desaceleração no segundo semestre. Mas vale ressaltar que essa redução pode não ser tão percebida pelo consumidor final”, avalia.

Na RMBH, seis grupos apresentaram inflação: Habitação (2,07%), Comunicação (0,52%), Despesas Pessoais (0,51%), Vestuário (0,46%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,12%) e Educação (0,05%). Três grupos registraram deflação: Alimentação e Bebidas (-1,00%), Artigos de Residência (-0,37%) e Transportes (-0,27%).

A alta no grupo de Habitação (2,07%) impactou o IPCA-15 geral de junho em 0,27 ponto percentual (p.p.). O destaque foi para energia elétrica residencial (9,15%), que foi reajustada em 14,69%, a partir de 28 de maio, provocando o maior impacto individual positivo no índice, 0,31p.p. Ainda no grupo, o estudo destacou o aumento do condomínio (2,84%), com impacto de 0,03p.p. Do lado das quedas, o gás de botijão caiu 6,33% e impactou o índice em -0,10p.p.

O economista Guilherme Almeida, da Suno, explica que a sazonalidade não deve ser descartada. “A demanda por bens e serviços específicos do inverno tende a aumentar neste período e, principalmente, a demanda de energia elétrica, o que gera impacto. Portanto, não acredito que ele seja o problema maior”, pontua. Para Almeida, os reajustes aplicados no período avaliado foram os responsáveis pelo registro da alta do índice.

O coordenador do curso de Economia do Ibmec BH, Ari Araujo, compactua que o inverno não seja o responsável pela alta, mas sim os reajustes. “Apesar de estarmos com uma queda visível na inflação, os reajustes da energia e dos combustíveis elevaram os índices e devem interferir no próximo mês”, diz.

Outros grupos

Além da energia elétrica residencial que registrou alta de 9,15% puxando a inflação em Belo Horizonte, analisando os subitens verificados no estudo, foi registrado em segundo lugar a alta do ônibus urbano, de 7,53%, do ovo de galinha em 6,88% e do alho, de 6,40%.

No acumulado de 12 meses, a inflação na RMBH registrou um aumento de 2,75%, o quarto menor resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa, ficando abaixo da inflação nacional que foi de  3,40% no período.

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