IPCA-15: inflação sobe 0,32% em setembro

A prévia da inflação oficial, para setembro, aponta para uma nova alta na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15 (IPCA-15), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acelerou 0,32% no período. A alta superou, em muito, o resultado de agosto, quando a inflação havia retraído 0,18%. A gasolina foi o principal item que contribuiu para a elevação.
Com o resultado mensal, o IPCA-15 acumulou 5,07% de elevação, se considerado a variação nos últimos 12 meses. Já no ano de 2023, o aumento acumulado na RMBH é de 3,93%. Nos últimos 12 meses, a inflação já supera a meta estipulada pelo Banco Central para o País, de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O resultado foi influenciado, principalmente, pela alta no grupo de Transporte, com aumento no preço da gasolina, que subiu 7,97% no mês, e do óleo diesel (21,28%). No período, a Petrobras reajustou os preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras.
Grupos com maiores altas no IPCA 15
Segundo o economista e especialista em educação financeira da Suno, Guilherme Almeida, no contexto regional, o aumento da inflação da RMBH foi influenciado por três dos nove grupos pesquisados pelo IBGE. No período, foi verificada variação positiva da inflação de 0,61% no grupo de Vestuário, de 0,10% no grupo de Saúde e Cuidados Pessoais e de 2,77% no grupo de transportes.
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Conforme o IBGE, a alta do grupo de Transportes (2,77%) impactou o índice geral de setembro em 0,55 ponto percentual (p.p.). O resultado foi puxado, principalmente, pelo aumento da gasolina (7,97%), provocando o maior impacto individual positivo no índice, 0,40 p.p.
Ainda no grupo, ficaram mais caros: o óleo diesel (21,28%), a passagem aérea (9,60%), emplacamento e licença (2,97%), automóvel novo (0,83%) e o conserto de automóvel (0,79%).
“De fato, o protagonista da variação de preços no mês foi o grupo de Transportes, principalmente capitaneado pelos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel. O óleo diesel apresentou uma variação de preços de 21,28%, acima da média nacional, que foi 17,93%, ao passo que a gasolina apresentou uma inflação no mês de 7,97%, acima também da média nacional, que foi 5,18%”, explicou.
Em relação à Saúde e Cuidados Pessoais, Almeida explica que o principal impacto veio do reajuste de planos de saúde.
“Quando a gente pega os planos de saúde, nós tivemos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para planos contratados antes da Lei 9656, de 1998, que tem uma vigência retroativa a partir de julho. Então o IPCA-15 de setembro, ele apropria aquelas frações mensais dos planos antigos com um caráter retroativo, julho, agosto e setembro. Então nós tivemos aí o impacto desse grupo. Claro que não é um impacto com grande peso no índice final, mas é um impacto relevante”, explica Almeida.
Quedas
No sentido contrário, em setembro, alguns grupos tiveram retração. O grupo Habitação desacelerou em relação ao mês anterior (0,36%). O grupo de Alimentação e bebidas caiu 0,80%, seguido por Artigos de residência, com retração de 0,58%, Despesas pessoais (0,03%), Educação (0,07%) e Comunicação, 0,2%.
Conforme o IBGE, o resultado de Alimentação e Bebidas, com queda de 0,80%, ocorreu pelas quedas do mamão (19,64%), da cenoura (14,78%), da batata-inglesa (10,88%), do feijão carioca (6,33%), do ovo de galinha (5,8%), do frango em pedaços (3,54%), do leite longa vida (3,31%) e das carnes (2,27%).
Expectativas próximos meses
Almeida destaca que a inflação acumulada nos últimos 12 meses está acima da meta do Banco Central para o Brasil.
“Com o resultado do mês, o IPCA-15 acumulado em 12 meses chegou a 5,07% aqui em Belo Horizonte, ficando acima da média nacional que é de 5%. Em ambos os recortes, nacional e regional, um ponto importante é que a inflação estourou o teto da meta, perseguida pelo Banco Central. Para esse ano, a meta é entregar uma inflação em 3,25%, com a margem de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo, então, o teto seria 4,75%”.
As expectativas para os próximos meses são de novas altas. “A inflação deve continuar com a pressão até o fim do ano, principalmente, no acumulado em 12 meses. Isso, muito em decorrência de um caráter estatístico. A gente começa a expurgar aquelas inflações mais baixas, decorrentes do período pré-eleitoral. Naquele período, nós tivemos algumas medidas para sustentar uma inflação mais baixa, mas, agora, quando a gente começa a caminhar com esse acumulado em 12 meses à frente, eu começo a expurgar essa inflação mais baixa e captar as mais elevadas” disse Almeida.
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