IPCA de Belo Horizonte desacelera em abril e custo da cesta básica cai novamente

Em abril deste ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte subiu 0,24%, desacelerando frente a março, quando cresceu 0,52%. Os principais responsáveis por conter a inflação belo-horizontina foram os preços das excursões, passagens aéreas e móveis para sala. Os itens apresentaram baixas de 5,63%, 25,63% e 4,40%, respectivamente, no período.
Em contrapartida, os valores da gasolina comum, automóvel novo e refeição fora de casa contribuíram para o aumento do custo de vida na Capital. Dados do levantamento divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) apontam encarecimentos para os itens, de 3,85%, 1,51% e 0,88%, na mesma ordem.
Conforme o consultor da Fundação Ipead, Diogo Santos, os preços das passagens aéreas estão sofrendo uma estabilização no momento, após sofrerem forte elevação no pós-pandemia. No caso das excursões, que também são influenciadas pelos preços dos bilhetes aéreos, o custo médio abaixou por não estar em uma época de maior demanda, como nas férias e feriados prolongados.
Do lado dos itens que encareceram, ele esclarece que a demanda por bens e serviços, como automóveis novos e alimentação fora de casa, sobem em fases como a atual, de redução de taxa de juros e do nível de desemprego. Quanto à gasolina comum, o aumento pode estar relacionado com a elevação dos custos dos derivados importados, repasses de outros custos na cadeia de distribuição e comercialização ou a política de preços dos distribuidores e dos postos.
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Especificamente em relação aos grupos analisados pelo estudo, o de alimentação teve alta de 1,01%. Entre os subgrupos que compõem o índice, alimentação na residência subiu 0,43%, puxado pelo aumento de 3,65% dos alimentos in natura, e alimentação fora da residência cresceu 0,63%, com destaque para a elevação de 2,70% das bebidas em bares e restaurantes.
Já o grupo de produtos não alimentares apresentou variação positiva de 0,08%. Esse aumento foi consequência das elevações de 0,55% no subgrupo habitação e 0,36% no de produtos administrados – que inclui transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU. Por outro lado, o subgrupo de despesas pessoais teve queda no custo médio de 0,20%.
Com o resultado de abril, o IPCA de Belo Horizonte acumulou alta de 3,14% no primeiro quadrimestre de 2024. Enquanto nos últimos doze meses, a elevação da inflação chegou a 5,85%.
Tendência para os próximos meses
Para os próximos meses, Santos afirma que a tendência é de maior estabilidade na trajetória do IPCA de Belo Horizonte. Ele pondera, no entanto, que atual fase de instabilidades, tanto econômicas, como ambientais e geopolíticas, tem efeitos potenciais sobre a inflação.
Sobre a tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, o consultor diz que ainda não é possível afirmar que terá algum efeito nos preços em Minas Gerais. “No caso do arroz, que é o mais preocupante, pois o Rio Grande do Sul representa 71% da produção nacional, já foi colhida mais de 80% da atual safra, portanto, há produtos para abastecer o mercado”, ressaltou.
Custo da cesta básica cai pelo terceiro mês consecutivo na Capital
O custo da cesta básica, que representa o gasto médio de um trabalhador adulto com alimentação, caiu pelo terceiro mês seguido em Belo Horizonte, conforme a Fundação Ipead. Após cair 0,31% em fevereiro e 0,60% em março, o indicador recuou 1,27% em abril. Desse modo, o valor da cesta na capital mineira atingiu R$ 719,57, o equivalente a 50,96% de um salário mínimo.
No período, oito dos 13 itens que compõem a cesta básica registraram queda nos preços. Confira:
- Banana caturra -24,26%
- Feijão carioquinha -8,38%
- Chã de dentro -1,20%
- Leite -3,03%
- Batata inglesa -2,15%
- Arroz -2,85%
- Farinha de trigo -1,82%
- Açúcar cristal -0,18%
Do lado oposto, contribuindo para não deixar o custo cair ainda mais, as maiores altas foram do tomate, café moído e óleo de soja, com elevações de 21,53%, 7,77% e 2,94%, respectivamente.
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