IPCA desacelera na Grande Belo Horizonte, aponta IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) desacelerou na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Considerado a prévia da inflação oficial, o indicador subiu 0,42% em março, ante 1,02% no mês anterior e 0,88% em janeiro. O resultado foi impactado principalmente pela gasolina, com alta de 2,43%. O grupo saúde e cuidados pessoais teve o maior aumento, com 0,66%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26).
A variação do IPCA-15 para a Grande Belo Horizonte foi a quinta maior entre as 11 áreas pesquisadas pelo IBGE. Nos últimos 12 meses, o indicador cresceu 4,96%, o maior percentual entre os locais pesquisados. No Brasil, a prévia da inflação caiu de 0,78% em fevereiro para 0,36% neste mês. A alta acumulada em 12 meses foi de 4,14%.
O professor de economia e diretor-geral do Ibmec BH, Márcio Salvato, aponta que não somente em março, mas em todo o primeiro trimestre deste ano, o grupo alimentação e bebidas, com alta de 0,62% neste mês, pressionou o IPCA, afetado pelas alterações climáticas. O grupo de transportes acompanhou o movimento, puxado pelos combustíveis. “Um pouco sobre condições climáticas, que vêm afetando alguns cultivos, mais sensíveis a calor, estiagem e chuva. E a gasolina contribuiu bastante, teve uma grande participação”, afirma.
Mas dessa vez, o IPCA também teve o incremento do grupo habitação, com inflação de 0,46% no mês. “A inflação de BH é influenciada uma parte por condições climáticas, que vêm afetando a alimentação (hortifrutigranjeiros), outra pelo preço de combustíveis, e um último fator que parece que foi relevante, o mercado imobiliário”, aponta Salvato.
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O economista explica que o aluguel residencial, com alta de 0,5%, pressionou o índice, pelo fato de ser um mês tradicional para reajuste nos contratos. No levantamento do IBGE, também está incluído no grupo habitação o gás de botijão, que subiu 2,56%. “São esses fatores que contribuíram não só para este mês, mas para o trimestre”, finaliza.
Gasolina exerce maior impacto no IPCA
No caso da RMBH, o levantamento do IBGE mostra que a gasolina exerceu a maior pressão individual sobre o índice geral, com impacto de 0,12 pontos percentuais (p.p.). O combustível faz parte do grupo de transportes, que registrou inflação de 0,61%, impulsionada também pelo aumento no custo do etanol (4,25%). Por outro lado, a alta do grupo só não foi maior por conta da queda expressiva no preço da passagem aérea (-11,96%).
O grupo saúde e cuidados pessoais teve o maior crescimento no IPCA da região metropolitana entre todos os grupos pesquisados pelo IBGE, puxado principalmente pelos produtos farmacêuticos, que registraram alta de 0,8% e impactaram o índice geral em 0,03 p.p.
Com o resultado de março, a variação acumulada no IPCA-15 da RMBH no primeiro trimestre de 2024 ficou 2,34%, acima da média nacional, de 1,46%.
Altas e quedas no IPCA do IBGE
Outros grupos que registraram alta no IPCA-15 de Belo Horizonte, no levantamento do IBGE, foram artigos para residência (0,37%) e despesas pessoais (0,22%). Já os grupos comunicação, vestuário e educação apresentaram quedas de 0,34%, 0,27% e 0,03%, respectivamente.
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