Finanças

Puxado pelos combustíveis, IPCA volta a subir na RMBH 

Índice medido pelo IBGE teve alta de 0,25% em setembro; no Brasil foi de 0,26% e também cresceu frente a agosto
Puxado pelos combustíveis, IPCA volta a subir na RMBH 
Gasolina subiu 3,39%; diesel, 10,07% e etanol, 0,46% na RMBH; grupo Transporte foi vilão | Crédito: Alessandro Carvalho

Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,25% em Belo Horizonte, ante uma queda de 0,08% registrada em agosto. No período, a inflação da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi puxada, principalmente, pelo reajuste nos preços dos combustíveis. A gasolina apresentou aumento de 3,39%; o diesel, de 10,07%, e etanol, de 0,46%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,47% no ano e, nos últimos 12 meses, de 5,34%.

Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em nível nacional, o IPCA de setembro foi de 0,26%, 0,03 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de agosto (0,23%). Assim, em 2023, o IPCA do Brasil acumula alta de 3,50% e, nos últimos 12 meses, de 5,19%, ficando acima dos 4,61% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2022, a variação havia sido negativa de 0,29% no País.

Na RMBH, no período de janeiro a setembro, foram verificadas altas em Habitação, 8,63%; Vestuário, 3,13%; Transporte, 5,70%; Saúde e cuidados pessoais, 5,6%, seguido, então, por Despesas pessoais, 4,21%, Educação, 6,73%, e Comunicação, 3,85%.

Grupos que contribuíram para a alta do IPCA na RMBH

Em setembro, o preço de cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta. Assim, o maior impacto para a elevação do IPCA veio de Transportes, que subiu 1,32% na RMBH. No grupo, foi destaque a alta do item combustível, reajustado em 3,43%. Entre os subitens, a variação positiva foi significativa na gasolina, 3,39%, em seguida no diesel, 10,07% e no etanol, 0,46%.

“Em Belo Horizonte, tivemos uma variação do nível de preços na ordem de 0,25%, em linha com o que observamos para a média brasileira (0,26%). Os preços administrados, especialmente do grupo de Transportes, foram os responsáveis pelo resultado mensal”, disse o economista e especialista em educação financeira da Suno, Guilherme Almeida.

Almeida destaca que na gasolina e no etanol, as altas em Belo Horizonte foram superiores ao Brasil. “A gasolina variou 3,39% por aqui frente aos 2,80% na média nacional. O etanol também apresentou aumento dos preços em Belo Horizonte (0,46%), contrastando com o recuo de preços na média nacional (0,62%). Já o óleo diesel, importante insumo para a cadeia logística, variou acima dos 10%, tanto na RMBH como na média do Brasil (10,07% e 10,11%, respectivamente)”, 

Ele destaca ainda que, no grupo de Transportes, houve uma variação relevante do item passagem aérea, que subiu 13,47% no Brasil e 9,60% em Belo Horizonte.

Assim como em Transportes, o preço do grupo de Habitação também subiu, 0,14%. Somente a energia elétrica residencial foi reajustada em 0,87% em setembro. Ainda no grupo, pode-se destacar a queda do gás de botijão (2,42%). Alta também em Vestuário, 0,45%, seguido por Despesas pessoais, 0,29% e Saúde e cuidados pessoais,0,13%.

Quedas

No lado das quedas, destaca-se o grupo Alimentação e bebidas, cujos preços caíram 0,36%. O resultado foi puxado pelas retrações nos preços da batata-inglesa (19,74%), do mamão (12,94%) e do ovo de galinha (11,98%). Também tiveram queda, a banana-prata (8,03%), o leite longa vida (3,80%) e as carnes (1,21%),

O grupo de Artigos de residência fechou com queda de 0,48%. No grupo, os preços de aparelhos eletroeletrônicos caíram 0,99%. Em seguida, veio, então, a redução em Educação, 0,02%, e da Comunicação, 0,17%.

“O destaque de deflação veio para o grupo Alimentação e Bebidas, com queda de 0,36%, muito em decorrência da redução de preços de itens de supermercado. O item compõem o subgrupo “‘alimentação no domicílio” (-0,55%)”, explicou Almeida.

Expectativas 

Almeida destaca que, apesar da alta de 0,25% registrada no IPCA da RMBH e de 0,26% no Brasil, a variação ficou abaixo da projetada pelo mercado. Permitindo, assim, que o Banco Central siga com a política de redução dos juros. 

“Do ponto de vista da política monetária, no geral, apesar da variação mensal, o número nacional veio abaixo da expectativa de mercado, que era de 0,33%. Isso permite que o Banco Central continue seu processo de flexibilização, baixando os juros, mas na casa do 0,5 ponto percentual”, disse Almeida

Ele também destacou que um ponto importante é que o Índice de Difusão, isto é, o percentual de itens do IPCA que apresentaram variação positiva, reduziu significativamente.

“Em setembro o índice foi de 42,7%, frente aos 53,05% de agosto. Isso significa que a inflação está menos generalizada, se espalhando menos, pelos diversos itens da cesta de consumo das famílias”, finalizou o especialista.

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