Finanças

Itaúsa pode ampliar investimento em portfólio atual

Apesar de continuar avaliando novos setores, presidente da empresa, Alfredo Setubal, apontou que aportes nos próximos dois anos tendem a ser nas operações atuais
Itaúsa pode ampliar investimento em portfólio atual
Foto: Divulgação/Itaú Empresas/Emps

São Paulo – A Itaúsa vê mais possibilidade de ampliar a participação em empresas de seu atual portfólio nos próximos dois anos, embora siga analisando novos setores, como a cadeia do agronegócio, onde não tem exposição atualmente, disse o presidente-executivo da companhia, Alfredo Setubal, nesta terça-feira (11).

“Estamos bastante satisfeitos com nosso portfólio”, afirmou Setubal em conferência com analistas e investidores, após a publicação dos resultados do segundo trimestre da holding que controla o Itaú Unibanco e tem participações em companhias como Motiva e Aegea.

“Neste momento, há mais possibilidade de aumentarmos investimentos nos negócios que já temos”, acrescentou o executivo, citando 2027 como um prazo possível, quando passarão a valer mudanças tributárias que vão reduzir ineficiências da Itaúsa, com o fim da incidência de PIS/Cofins sobre juros sobre capital próprio.

Como em trimestres passados, Setubal mencionou que a Itaúsa gostaria de investir na cadeia do agronegócio, que responde por 25% do PIB, mas onde a holding não tem presença direta. Para isso, ponderou, é necessário retorno na faixa dos 20% em razão do atual nível de juros da economia.
Além disso, o investimento não pode “trazer para nossos resultados tanta volatilidade dos preços de commodities”, disse o executivo.

No atual ambiente de juros, a Itaúsa vai manter a estratégia de alongamento da dívida, buscando esticar os vencimentos para a década de 2030, afirmou Setubal, acrescentando que não vê necessidade de amortizações diante da proximidade das mudanças tributárias de 2027.

Setubal comentou que o conselho de administração da Itaúsa vai discutir, “mais para o final do ano”, eventual bonificação aos acionistas, mas isso depende de votações no Congresso neste semestre que podem impactar a política de incorporação de reservas de lucro.

Questionado sobre empresas específicas do portfólio, o executivo afirmou que a holding não pretende desinvestir da distribuidora de gás de cozinha Copa Energia, apesar do anúncio da Petrobras de que pretende retornar ao setor.

“Pode ter algum impacto na rentabilidade das empresas… Um player relevante como a Petrobras pode dar alguma mexida na forma como o mercado vem operando na distribuição de GLP”, disse. “Não está nos nossos cenários desinvestir na Copa, mesmo com eventual queda da rentabilidade. A Copa é uma forma de entrarmos no mercado em outras energias. É investimento bastante importante”, afirmou Setubal.

Sobre a empresa de saneamento Aegea, o executivo disse que a companhia “possivelmente fará um IPO em algum momento” quando a janela para ofertas iniciais de ações reabrir. “A empresa está se preparando de forma acelerada para quando houver oportunidade, desde que o valuation seja adequado para as expectativas da companhia”, disse.

Nuvem – Ainda sobre o portfólio, Setubal afirmou que o Itaú Unibanco tem “espaço muito grande” para melhorar a eficiência e que o banco trabalha para migrar seus softwares para ambiente de computação em nuvem e integrar ferramentas de inteligência artificial, tanto internamente quanto no atendimento aos clientes. “Vamos fechar 2026 num nível muito alto”, afirmou sobre a estratégia de migração para nuvem.

Reportagem distribuída pela Reuters

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